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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Ano Letivo: um debate

Segunda-feira, quase fevereiro. Muitas crianças começam suas batalhas escolares hoje. Meus filhos, só na semana que vem, pois são estudantes de escola pública. Abro minha caixa de entrada e me deparo com um debate quente entre grandes amigas sobre a escola e o ensino no Brasil... O assunto é mais do que pertinente. Ainda mais com o reinício do ano letivo. Por isso, decidi postar aqui as mensagens trocadas. Tudo começou com uma mensagem da Mô que repassou uma história sobre a “evolução” da Educação no Brasil. Aí a Ana Claudia respondeu assim: Engraçado, Mônica, ontem mesmo estava falando mais ou menos sobre o assunto, só que com a diferença de que achava que nossos filhos saberiam mais do que a gente (já que estão tendo tantas disciplinas diferentes, com tão pouca idade!). Outro dia desses, estava em uma loja, e a blusa que comprei custava R$ 230,00. A vendedora disse que, se eu pagasse com débito, teria 5% de desconto. Imediatamente respondi "nossa, descontão esse, R$ 11,50&

Ofícios da pãeternidade

Eram 9 horas da noite e estávamos vagando por um dos lugares mais ermos do Plano Piloto. Brasília é assim: uma cidade que cresceu desmedidamente, mas que ainda guarda amplidões e vazios bem nas asas do avião. Um desses recantos não fica nem pouco aprazível no meio da noite. Mas é lá que estão, em regime de plantão 24 horas, quatro ou cinco hospitais veterinários. Foi a minha primeira vez e a primeira vez sempre tem suas descobertas. De caixinha de sorvete Kibon em punho, carregando um dos hamsters dos meus filhos, buscávamos socorro para o bichinho, que apareceu com um machucado muito feio perto da patinha traseira. Tomás já havia nos alertado que o Bob (ou será o Dumbo? Os dois quase idênticos, gêmeos que sempre nos confundem) estava com uma ferida. Na correria, não prestamos atenção. Foi só ontem que percebi que da casinha deles exalava um odor desagradável, longe de ser apenas de xixi e cocô. Aterrorizada, senti que o mau cheiro vinha do bichinho acabrunhado no canto. Meu Deus,

Orçando o sonho

Meu querido diário da argamassa, não tenho novidades sobre a reforma por enquanto. Estamos num momento-limbo, uma parte chatinha, sem gracinha, mas fundamental para que a empreitada tenha sucesso: orçamentos variados. A arquiteta nos apresentou alguns engenheiros e mestres-de-obra e eles agora estão visitando o apartamento para orçar o trabalho sujo. Além disso, estamos levantando os preços dos materiais de construção e acabamento. Todos as equipes de engenharia e construção contactadas estão muito animadas, não é pra menos, com a possibilidade de por abaixo um apartamento de 170 metros quadrados. Não só porque vão ganhar mais, mas porque deve ser bastante mais emocionante refazer um grande espaço do que reformar apenas uma cozinha, por exemplo. Um dos engenheiros que nos visitou garantiu que entrega a obra em quatro meses. Bateu com a previsão da própria arquiteta. Confesso que não dá para acreditar muito, mas não deixa de ser sinal promissor de que ambos estão falando  a mesma lí

Diário da argamassa

Ah, São Paulo é o mundo... Que êxtase é ser recebida pelo concreto da cidade, sempre a ofertar um sem fim de encontros com a diversidade humana. Dessa vez, não viajei a capital paulista atrás de cultura, mas acaba que não tem jeito: São Paulo respira “o que rola” e entre um compromisso e outro a gente aproveita. Até o próprio compromisso vira roteiro. E por que não? Pesquisar materiais de acabamento em São Paulo também é atividade repleta de História e Arte. Nunca tinha visto a cidade pelo prisma da decoração e do design e adorei. A ideia era ver ao vivo o que poderíamos comprar para a reforma do nosso apartamento. Produtos que em Brasília só estão disponíveis pela internet ou pelos catálogos das representantes. Vale a pena. Cor, textura, variedade. Em São Paulo a gente encontra de sobra. Nas andanças pelas casas especializadas, contando com a companhia super bem-vinda da arquiteta responsável pela reforma (tai um serviço de primeira que recompensa cada centavo investido), a gente

Atormentada e inesquecível

Eu tinha um texto pronto sobre a minha viagem à Sampa. Mas, atendendo a pedidos e para não deixar o assunto esfriar (mania de jornalista), vou dizer "tudo sobre o show da Amy". Pois é, eu estava lá. Que legal! Eu nem esperava por isso. Não foi programadíssimo, apenas o resultado de oportunidade e coincidência. Lógico que, quando soube que ela viria ao Brasil, me deu uma vontade louca de vê-la no palco. Entretanto, só de pensar na multidão que teria que enfrentar, além de num possível cancelamento de última hora devido à fama (nesse caso deitadíssima na cama) de artista problemática e drogada da estrela, esfriei. Desisti de comprar o ingresso. Mas o destino me quis lá. Surgiu essa viagem "a negócios" para São Paulo (a que vai explicada no texto pronto que postarei amanhã). Daí, percebi que coincidiriam os dias lá com o dia do show da Amy Winehouse (sobrenome apropriadíssimo para quem vive pendurada no copo). Entrei no site que vendia ingressos ao preço nada módic

A proximidade entre nós

Abrir nossa disposição para conversar com pessoas que vivem realidades totalmente diferentes da nossa é um passatempo cultural de grande envergadura. Você nunca sai menor do que entrou, pode acreditar. Não é à toa que taxistas, empregadas domésticas, garçons, amas e outros profissionais do “décimo escalão” sejam personagens tão caros para a literatura e a dramaturgia. De seus relatos, sempre é possível extrair preciosidades. Acabo de me lembrar do belo e triste (combinação sine qua non dos bons romances indianos) livro “A distância entre nós”. Recomendo, com uma caixa de lenços de papel à mão, a história do relacionamento entre a patroa e a empregada - ou seria mucama? - da família. Mas não é preciso recorrer à ficção para ouvir a voz de quem parece invisível. Basta que você se disponha a papear com essas pessoas que lhe rodeiam. O relacionamento não precisa acontecer paralelamente. Deixe rolar um cruzamento. Aproveite. Há alguns meses, fui visitar uma das minhas melhores amigas

Réquiem para a sétima arte

Ó meu Deus, estão se acabando todos os cinemas de rua.... E a gente não pode fazer nada além de ver um a um fechar as cortinas, apagar as luzes, encerrar o espetáculo. O que será de nós sem esses espaços artísticos? Será que eu sou apenas uma nostálgica melancólica ou existia um colorido especial nessas salas espalhadas pelas cidades? Você saindo do burburinho da calçada para se esconder no escurinho do cinema... O cinema de rua tinha identidade, personalidade, estilo. Kinoplex, multiplex e cinemarks são todos pasteurizados. Consequentemente, vazios de estética e poética. Entrou em um, conheceu todos, inclusive como se estivesse nos EUA. Afinal, foi de lá que veio essa praga de transformar sala de cinema em sala de reprodução de cópias de filmes. Não sou mais daquelas esquerdistas que colocam toda a culpa da merda do mundo no Tio Sam, mas essa fixação por malls é mesmo erva daninha de norteamericano. E a América Latina acha tudo lindo e copia. Quando devíamos virar nossos olhos

Ainda vou te ver esse ano

Rolam as pedras, devem rolar, sou como as pedras, pra te encontrar... ( Kiko Zambianchi) Mais uma contribuição "de peso" para o meu blog. Posto a mensagem espumante, cheia de bolhinhas (ou seriam pedrinhas) da minha amiga "Nunca te vi, sempre te amei" Ana Lúcia Darú. Quem sabe em 2011, depois de 1 ano trocando mensagens entre Curitiba e Brasília, a gente finalmente se encontre na real. Já vi que ela é das minhas, apaixonada por mar, que também precisa dele para vencer as arrebentações da vida. Curtam! "Sabe, lá na areia do mar de Camboriú/SC, há muitas pedrinhas. Elas vem e vão com as ondas, e esse movimento é constante, ininterrupto, como uma dança, a Dança das Pedras. É um ritmo que tonteia quando se fica olhando. Penso que elas vão se deixando lixar, partícula por partícula... todos os dias e noites... Elas ficam rodando constantemente, ficando roliças, arredondadas, limpas, lisas... Trouxe algumas comigo, quando vieres para cá, poderá ver, são lindas,

Segredos de liquidificador (poderiam ser da batedeira too)

Passei a noite sonhando com a Ana Carolina. Ela mesma, a cantora. Quem decifra sonhos pode me dizer o que isso quer dizer? Era um sonho obsessivo, eu ficava de lupa nas letras das músicas dela e encontrava alguns erros de português. Pela intensidade do sonho, eu diria que durou a noite inteira, mas nos devaneios o tempo corre diferente e a história deve ter rolado nos momentos que antecederam o acordar. Terei tendências homossexuais reprimidas? A pressão do meu trabalho com as palavras já alcançou o seu ápice (preciso de férias urgentemente)? Meu primo é apaixonado pela Ana Carolina e eu sou apaixonada por ele? Sei lá, sonho é sonho, e se a gente encuca com eles, pior pra gente. Falta de assunto é assim mesmo, não reparem. Ah, sabe que aquela torta de chocolate com nozes no lugar das amêndoas? Enfim, consegui um tempinho no fim de semana e testei a receita. Um bolo pra chocólatra nenhum ficar à deriva. O problema é que o fermento lá de casa estava vencido (só percebi após bater tud

Dias de Reis guardados para sempre

Faço questão de postar aqui uma mensagem escrita pela minha irmã mais velha como resposta ao meu texto sobre o Dia de Reis. Fiquei muito comovida por conhecer mais um pouco do meu pai e da dinâmica da minha família. E de me reconhecer nesse homem que apreciava cultura, artesanato e festanças regadas à boa música. Olá mana querida, Gostei da "estória" ou tradição, em vários tons e línguas, do Dia de Reis. Na minha lembrança de infância, recordo dos pousos de folia que nosso pai dava neste dia. Ele gostava de receber os foliões na casa sede e ficava na porta da frente, acima dos degraus da escada, todo orgulhoso ouvindo a música de agradecimento (quando minha atual péssima memória permitir o resgate da letra original, eu canto para você), entoada ao som de viola, pelo folião que puxava todo o grupo (o que vinha na frente, a cavalo), e fazia rodeios, com bandeiras e mais apetrechos dos quais não me recordo com clareza. Nosso pai gostava, valorizava e incentivava - dando op

O importante é sonhar

“Você está aqui por curiosidade ou tem algo importante para me dizer?” Uma pergunta assim pode definir toda uma vida, ainda mais vinda de alguém que enxerga o que falam nossos olhos. Nada de segredos. Na iridologia você se sente totalmente nu estando completamente vestido. Uma intimidade despudorada é criada entre o decifrador e você. O “perscutador” de almas. A janela escancarada. Estava ali por curiosidade E porque tinha algo importante para dizer. Não havia alternativa. Era minha primeira vez no iridologista. É bom quando a gente consegue fazer algo inédito no limiar dos 40 anos. Prova que ainda há muito o que se provar por aí. A luz intensa incomoda. Uma lanterninha mirando além da retina, furando a matéria mole. Você vê o seu olho refletido na lupa. Lado direito, lado esquerdo, lado direito, lado esquerdo. Ele olha 5, 10 vezes, para, digita algo no computador que está com a tela virada para si próprio. Não tenho ideia do que os meus olhos dizem para ele. O psiquiatra falou q

Fim de semana moral, cívico, espiritual... molhado

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 Então já estamos em 2011. Um ano que promete ser mais calmo, de reflexão, organização e estruturação. Ano regido por Mercúrio. Ano 4... Tá legal, chega. É isso aí. Eu realmente espero que todas as previsões esotéricas para esse ano sejam verdadeiras. Ainda mais quando vou colocar o meu apartamento abaixo com uma reforma que deve durar uns seis meses... Haja organizar e estruturar depois!!!:) Mas esse fim de semana de réveillon foi do C.!!!! Acho que nunca passei um 31/12 e 1º de janeiro tão significativos na minha vida. Portanto acredito que 2011 promete muito em matéria de autoconhecimento, serenidade e civilidade. Pra ser sincera, não estava esperando muita coisa do meu último dia do ano. Cansada, em Brasília, dois meninos pequenos, chuva, chuva, chuva... Entretanto meu primo-irmão de Goiânia resolveu vir me alegrar com sua tranquila presença. A companhia dele me fez sair da inércia, à procura de alguma programação especial. Era o nosso primeiro réveillon juntos. Tinha de ser ma