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Mostrando postagens de agosto, 2008

Teoria da pós-maternidade

É a primeira vez que assisto a uma olimpíada com o olhar de mãe. Bem, e o que uma coisa tem a ver com a outra? Nem eu tinha ideia até perceber que agora entendo todos os micos que os pais pagam para torcer de coração aberto pelos filhos. Solidarizo-me com eles e digo: faria o mesmo. São gritos, choros, faixas na porta de casa, faixas nos estádios... Para os que não habitam esse universo “umbilicante” da maternidade/paternidade, pode parecer apenas exagero ou vontade de aparecer. Para nós, papais e mamães, é um sentimento que aflora pelo simples e indiscutível fato de que - sempre e sempre - vamos nos orgulhar dos feitos divertidos, inocentes e vitoriosos das crias da gente. Ser mãe é algo realmente muito louco. Depois da maternidade, não consigo mais assistir a um filme-cabeça que trate de qualquer tema relacionado à violência infantil e suas vertentes macabras. E antes eu queria ser antropóloga...Muito esquisita essa mudança que me fez sair correndo de um pseudodocumentário

“Minha vida é andar por este país...”

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Nunca havia visitado o Nordeste fora do verão. É como estar em outro lugar. O estado de espírito da região nesta época de inverno é totalmente diferente. Fiquei bolada, sacou? Não? Nem eu, até conhecer Aracaju e descobrir que estar bolado é o mesmo que estar chocado, passado. O regionalismo linguístico é algo fascinante. As vivências culturais que levam uma comunidade a usar determinadas expressões...Quanta nuança a ser descoberta em cada cidade que ousamos conhecer! Fui até a padaria da esquina da rua em que me hospedei, que não por acaso chamava-se Augusto Franco. E aqui abro um parêntesis para me indignar com o ranço coronelista que ainda mostra a sua cara em vários estados nordestinos. Estas famílias que dominam a cena política por séculos e fizeram de tudo, menos melhorar a vida de seus conterrâneos. No Maranhão, o embrulho no estômago é grande com aquele ode eterno ao clã dos Sarney. Em Maceió, os Bulhões, os Liras, os Mellos dão nome a hospitais, ruas, praças, ginásios de es

Aberta a temporada de torcida pelas zebras

“Já estou de saco cheio desse papo de Pequim, Pequim”. A afirmação eu ouvi de uma colega de trabalho que folheava o jornal abarrotado de notícias sobre as Olimpíadas 2008. Eu consigo entender o “enjôo” das pessoas em relação ao assunto. Com a overdose de informação nos atacando de todos os lados, fica mesmo difícil se desligar do tema. A sensação, muitas vezes, é de enfado, tamanho o bombardeio de enfoques. Cada veículo de comunicação quer atrair por um aspecto distinto do apresentado pelo outro. Mas, se a gente conseguir abstrair um pouco do que é mais gritante, dos holofotes, podemos nos ater no que é mais bonito: o esporte em si, com toda a carga de superação e espírito de equipe que ele envolve. Eu sei que sou suspeita para defender os jogos olímpicos porque sempre fui fascinada pelo evento. Desde pequena, acompanho com atenção todas as edições. Acho realmente encantador ver aquela gente de tantas línguas e culturas diferentes convivendo num mesmo espaço, lutando pelos mesmos rec