Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2018

Versículo das obsessões

Imagem
É TOC descobrir que falta uma pedrinha mínima no anel (perdida em meio a outras tantas pedrinhas) e, por isso, tirar do dedo e guardar para levar ao conserto?  É TOC apagar todas as mensagens recebidas pelo zap?  É TOC manter a lixeira dos e-mails sempre limpas?  É TOC não gostar de coisas espalhadas pelo chão?  É TOC não gostar de pendências?  É TOC comer cebolas cruas todos os dias?  É TOC ter fixação por nomes esquisitos?  É TOC ser rápida para escrever e devagar para andar?  É TOC lembrar de datas de aniversário de quem, há muito, já não faz parte da sua vida?  É TOC não admitir palavras repetidas no texto e sair caçando sinônimos?  É TOC acreditar em conexões telúricas?  É TOC usar agendas de papel no século 21?  É TOC não tolerar mensagens de vídeo no século 21?  É TOC não curtir biografias?  É TOC cunhar apelidos para todos os amigos?  É TOC ter predileção por fotos de árvores?  É TOC forçar a barra par

Xô, estereótipos!

Imagem
Na vibe de ler em voz alta para e com os meninos, ontem relemos um livro que fazia muito sucesso com Romulito na primeira infância: “The girl who loved wild horses”.  O garoto não se lembrava mais do fim da história, apesar de termos lido traduzindo para ele miles vezes. É uma bela lenda indígena norte-americana, ricamente ilustrado. Depois, peguei outro livro que garimpei lá na Barnes&Nobles com 365 pequenas orações infantis ilustradas para todos os dias do ano. Li uma, Rômulo outra e Tomás mais uma. De repente, quase-de-Aquino exclama: - Olha, eles desenharam uma família com dois meninos! Acho que é a primeira vez que eu vejo um desenho assim. Eles sempre colocam um menino e uma menina. - Verdade, filho. É uma besteira danada representar uma família feliz apenas com um casal de filhos. - E um labrador. Os americanos sempre colocam um labrador nessas imagens da família perfeita, pontuou Rômulo. Os estereótipos que nos reprimem, que nos emburr

Casulo

Imagem
Descubro que Harry Potter já é pai e o rebento (rebelde) se chama Albus. Fazia tempo que não lia para os meninos deitada ao lado deles, antes de dormir. Me enfiei debaixo do edredom naquele casulo quentinho e peguei o livro das mãos de Rômulo: (...)”the cursed child”.  Não me faço de rogada e recito inglês em voz alta, sempre à espera de que o guri corrija minha pronúncia deficiente. Ele não o faz, sei lá porquê. Talvez esteja mais interessado no calor humano da mãe, na voz da mãe. Sensações viscerais, ancestrais. Afinal, não foi assim desde o ventre?  O cheiro do garoto ainda é morno, suave e infantil. São os últimos momentos para me enebriar nessa fragrância única de filhote. O irmão com quem compartilha o quarto é sobrenaturalmente bonito, entretanto já exala hormônios adolescentes. Todavia, ele também não abre mão do boa noite todas as noites regado a “eu te amo” como parte do ritual.  De repente, me lembro que Rômulo demorou muito a "aprender"