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Mostrando postagens de maio, 2017

Capitolando

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A Itália me encanta, mas nunca tive tempo ou grana para passar uns 20 dias por lá. Todavia, está decidido: o próximo país que irei conhecer será a Itália da Renascença.  Com um filho chamado Rômulo, também não posso deixar de visitar Roma, a cidade das sete colinas. Não sabia disso, aprendi hoje na aula de Análise de Pinturas Renascentistas.  Assim como não sabia que Michelangelo deu vários pitis para não pintar o teto da Capela Sistina. Até que conseguiu total liberdade para criar como quisesse e realizar quase tudo sozinho. Foram quatro anos ininterruptos de trabalho, que lhe custaram um pescoço lesionado para o resto da vida.  Sete colinas... Rômulo escolheu nascer no dia 27/07/2007. Não poderia ser batizado como Érico. Seu destino é, sem dúvida, pintar o sete!

Psicho Killer

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Você decide ver um filme de terror idiota para esquecer os horrores da vida real no seu país. Já é quase meia-noite e você se lembra que está fedida após mais um dia de pilates, aula de artes, supermercado, lavação de louça, arrumação de casa, preparação de lanche dos filhos, da janta... Entra no chuveiro para dar uma relaxada no silêncio da madrugada que se inicia, mas... Mas... A luz do banheiro se apaga do nada! Resta tirar o xampu dos cabelos de olhos bem abertos. Afinal, é melhor ficar com as janelas da alma ardendo do que morrer sem nem ficar sabendo.

"Rejoice, everybody rejoice!"

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Daí Shakira começa a tocar na rádio, o dia de Primavera é gorgeous, as janelas do carro estão abertas e o vento amornado pelo Sol abraça meu corpo. Loucamente, começo a dançar enquanto aguardo a luz verde do semáforo. O americano do carro à frente nota a frenética movimentação atrás dele pelo retrovisor. Ele gosta do que vê e ajeita o espelho para conferir com mais acuidade. Percebo a atitude, mas não me intimido. Sigo quicando no banco. A manhã está perfeita para ser feliz. (Nesse momento a imagem congela e entra Tomás em participação previsivelmente adolescente: - Mamãe sempre mata a gente de vergonha!, diria, se estivesse ali.) Os carros aceleram e seguem seus trajetos. O americano abre o teto solar do Hunday dele, coloca meio braço para fora e acompanha meu movimento pendular. Resolve, também, ligar o pisca-alerta num ritmo de música. Sorrio e aceno um joia enquanto viro à direita para o campus do College. Ele continua na via principal. Ser

One Way

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Ontem, em dois momentos diferentes nas andanças pela Big Apple, fui parada por outros pedestres com as perguntas: - A sexta avenida é para lá ou para cá? - A oitava avenida é para lá ou para cá? Estaria incorporando o jeito new yorker de ser ou tinham a intenção de me distrair para aplicar um golpe qualquer? Brasileiro que é brasileiro está sempre catimbado, né? Ainda que NYC seja uma megalópole das mais seguras que existem. Como a carteira e o celular ainda estão comigo, deve ter sido apenas uma dupla perdida na cidade suja como yo!

Dream Catcher

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A tento A tempo Em tempo (En) tendo A (s)sumo Assino. Acordo Aceito. Sonhei que lia o poema num quadro. Psicografado?

Renascença

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Em fevereiro de 2002, quando estava morando aqui em NY pela primeira vez, fugi do rigoroso inverno na Big Apple e passei 15 dias conhecendo Madri. Só tenho lembranças magníficas dessa escapada. Dentre elas, a de ter visitado o Museu Thyssen-Bornemisza, o acervo mais encantador que meus olhos leigos já puderam apreciar. Absolutamente todas as obras do lugar, colocaria nas minhas paredes.  Uma delas, o "Retrato de Giovanna Tornabuoni", me impressionou sobremaneira, tanto pela beleza perfeita da pintura, como por perceber que a jovem retratada era uma cópia quase fiel da minha sobrinha Marianna. Comprei uma reprodução para ela, que nunca ligou para o presente (talvez não tenha se visto na garota ou tenha achado a jovem muito pequeno-burguesa, vá saber). Falando em burguesia, hoje tive a primeira aula de "Appreciating Renaissence Paintings", no Westchester Community College. Na sala, só outra mulher com menos de 50 anos como eu, uma francezinha. No

Tempo de densidade

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Fui para aula de Arte na Renascença e o professor cabulou. Fiquei brava, mas aí me lembrei de que poderia, então, curtir o recital de meio-dia na Grace Church de White Plains.  Em tempos de tanto debate no Brasil sobre suicídios de jovens, compartilho imagens de crianças e adolescentes que estão fazendo algo muito mais interessante do que passar horas se alienando em joguinhos na web.  É possível, sim, manter a garotada ativa em outras paragens. Dá trabalho, claro. No Brasil, temos ainda o fator "grana" (as bandas aqui são formadas nas escolas públicas gratuitas e integrais). Mas com um pouco de criatividade, dá pra inventar moda com seus filhos sem ter de gastar dinheiro também.  Resta aos pais mudarem os próprios hábitos de lazer, ou seja, sair da frente da TV ou abrir mão do churrascão de todo domingo para, quem sabe, fazer um rolé com os filhos de bike? A pé? Visitar uma exposição gratuita? Levar para os concertos da Orquestra Sinfônica

Treze

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A parada era para celebrar o início da temporada de primavera de baseball para a garotada. Pais que amam o esporte se voluntariam para treinar novas gerações a amar o esporte. Assim é o americano, com seus fortes laços com a comunidade na qual vive. No meio da balbúrdia de tantos garotos e garotas caminhando pelas ruas de White Plains, ouço uma voz masculina chamando com insistência e sotaque ianque: - Tomás, Tomás! Cutuco meu filho e ele reconhece o professor de Educação Física da Middle School. Ele sorri, os dois se cumprimentam e entabulam conversa animada em inglês. Alguns minutos depois, o professor se dá conta de que sou a mãe do menino e vem apertar a minha mão dizendo: -Tomás é um grande garoto, é realmente um prazer tê-lo nas minhas aulas! Assim é! Por onde passa, esse guri vai colecionando elogios espontâneos das pessoas. Como o e-mail que a professora de inglês mandou na semana passada, apenas para contar que Tomás havia compartilhado maravi