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Mostrando postagens de abril, 2014

Culpados, mas com explicação! KKK!

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Quem um dia irá dizer Que existe razão Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer Que não existe razão? Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer Eduardo e Mônica eram nada parecidos Ela falava coisas sobre o Planalto Central Também magia e meditação E o Eduardo ainda tava no esquema Escola, cinema, clube, televisão E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente Uma vontade de se ver E os dois se encontravam todo dia E a vontade crescia como tinha de ser Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia Teatro, artesanato, e foram viajar E os dois comemoraram juntos E também brigaram juntos muitas vezes depois E todo mundo diz que ele completa ela E vice-versa, que nem feijão com arroz ... (Renato Russo) Nomes e datas são fixações cultivadas. Minha memória zero cartesiana não gosta de rotina para nada: comer, vestir, viajar, trabalhar. O processo me empolga mais

As mal traçadas linhas

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“Viver é cumprir sonhos, esperar notícias.” (Mia Couto) Há quem acredite que ela não tem mais espaço nesse mundo de comunicação instantânea, de redes sociais, de maquininhas espertas que nos conectam com todo o planeta. Entretanto, até bem pouco tempo atrás (30, 40 anos), ela seguia soberana como o melhor canal de transmissão de conhecimento, afetos, segredos e novidades. As cartas - testemunhos gravados em papel, tinta e garranchos para a posteridade - já moveram montanhas ao longo da história das civilizações. Raras no cotidiano atual da maioria das pessoas, as missivas continuam firmes e fortes entre uma parcela da população sem voz: os presidiários.  Você sabia que o STJ recebe centenas de cartas enviadas por presos todos os meses? E que é a Seção de Informações Processuais (Seinp) que tem a árdua e importante tarefa de ser a ponte entre as reivindicações dos encarcerados e as instituições públicas da vida aqui fora? Só no primeiro trimestre de 2014, foram mai

Lampejos

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Lugares íntimos da gente em determinadas fases da vida parecem sonhos quando revistos depois de um tempo. Assim estava eu a mirar de um lado para o outro no campus da UnB dias atrás. Como se nada daquilo fosse parte do que eu vivi por quatro intensos anos de juventude. Como se sonhar não fosse exatamente esse reviver de memórias fragmentadas.  Era um quadro de Monet aquela moça solitária sentada na relva verde. Outra, encostada numa pilastra da faculdade de Medicina, posava de modelo-vivo, clamando para ser emoldurada.  Ao virar a cabeça para esquerda, uma fila indiana de estudantes fazia alguma atividade jocosa, como se crianças ainda fossem. Morriam de rir e eu morri de rir em pensamento, curiosa e ansiosa para ter tempo de parar meu carro e ir até lá.  Ah, tempo é tudo o que a gente tem e acha que não tem quando estamos na universidade. Toda a vida pela frente, casa, comida e roupa lavada sob a supervisão dos pais. Que delícia é ter a liberdade de um adulto e

Negativos

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Abril abre-se em paixões e traições da vida. Um mês que arde e resplandece de matéria humana. Vida e morte, Luciana. Tudojuntoemisturadoaomesmotempoagora.  Busca entre os guardados, qualquer achado descolado entre outros bordados e babados. Confere gavetas, fecha portas, folheia o antigo álbum de infância, rola o cursor de fotos. Caça sentimentos no afã de resgatar o que não é mais concreto. Restaram ectoplasmas de ternuras; de calor que sensor algum capta, a não ser aquele que dispõe o fundo do coração.  Descobre, combalida, que entre a pele maternal e a carência filial havia tantos outros nomes... Presenças intensas, cobradores, coletores, bocas a alimentar. A mão estendida da pessoa que implora pra não cair, porém que não se alcança a tempo. Entre ela e a mãe teria sido sempre essa distância diária difícil de encurtar?  A ausência de fotos “à duas” revelou a intermitência. Era mais prudente para aquela filha abraçar quem não fosse tão escorregadia e pudesse su

Manifesto aos afetos sem cabrestos

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Tudo bem por aqui, mas irritada até as pontas quebradas dos meus cabelos com o gênero feminino do qual faço parte, mas com o qual tantas vezes não me identifico. Quanta mulher saco-de-pancada por aí!!! Sei das questões filosóficas/antropológicas/sociais envolvidas nesse “ser submissa, ser ignorante, ser anulada”, mas enough, né? Estamos no futuro. É impossível tolerar tanta brutalidade diária!  Mulherada precisa se amar mais, ser feliz sozinha, correr atrás das manhãs, dos sonhos, da carreira e dos afetos sem cabrestos... É uma que perde o filho que foi espancado pelo padrasto. Desculpe-me, mas eu não acredito que o cara era gente boa até o belo dia em que resolveu matar uma criança de dois anos da forma como fez. Os sinais do desequilíbrio já deviam estar bem presentes. Todo mundo já devia sofrer há tempos nas – literalmente – mãos dele.  A outra, professora, vida estável, arruma um namorado que já colecionava nove processos por agressão contra mulheres. Um cara des