Afeita ao metafísico, fã de anjos, crente nas conexões telúricas, ardorosa incentivadora dos mistérios. Sou um prato feito para cair de patinho nas teorias conspiratórias. E pior: propagá-las sem remorso. É exatamente o que vou fazer agora. Suspeito que o corretor ortográfico dos nossos espertos celulares foram criados por mentes diabólicas. Analistas de perfis mais maléficos do que os da Cambridge Analytics, um grupo formado de psiquiatras e de psicólogos freudianos, junguianos, lacanianos, recrutados ao redor do planeta (maldita globalização!), de várias nacionalidades e que atuam sob codinome, para expor, nos textos despretensiosos, desavisados e quase sempre apressados que digitamos, o que mais de profundo esconde nossa psique. Não é de hoje que venho percebendo essas revelações dos estados de alma por meio da troca da ortografia e, com ela, dos significados. Você escreve o que quer dizer, porém o corretor apresenta o que jaz sob a superfície das intenções. O c