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Mostrando postagens de novembro, 2022

Personas

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                                                                                                     "Entender é sempre limitado". (Clarice Lispector) Enigmas enigmáticos: se tudo é relevante, nada é relevante razoável duração do meu tédio analogias e contra-analogias arcabouços substanciais superam os precedentes e afastam sua aplicação desvirtuação da distinção equívocos terminológicos confundem a tese com a ideia. Um passo além sem amadurecer o passo atrás pode gerar graves problemas: efeitos retrospectivos ou prospectivos (como trabalhar as perspectivas?) Exigem (de mim) debate aprofundado a fim de não descompensar o sistema modular temporal, subjetivo e territorial do (meu) microssistema: a estranha no ninho espiã, impostora vã. (Há mais questões do que respostas)

Difusos

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A radiância do dia atordoa límpida, liberta, abstêmia de enevoamentos.  Um clarão de certezas  oprime os de abaixo (deste anil absoluto), carregados de existência. Prelúdio e fuga Tocata e fuga Fantasia e fuga Pra onde tanto foge Bach e o menino acalantado em caraminholas de dós, fás, sóis? Viaja dentro da composição  partitura urdida na manhã  viva, na noite, morta. Partida para longe.   Chove na tela Chove na rua  Rasga os tímpanos o estouro do trovão. A onomatopeia da água em atrito com os pneus shhiiiiiii, mantra, shiiiiii, tantra. O flash fotografa a sala num clarão Pingos sussurram entre folhas pássaros saúdam a umidade. A paisagem hiberna Domingo oco poema mouco.  

Heterogêneas

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Indefinida, indeterminada, insípida, inodora, incolor. Transcendência e transmutação para o estado líquido. Corredeira, cachoeira, não! Íntimo, ínfimo: na poça                                                                          [que possa espelhar um universo além da (bi) dimensão. Gal Fenomenal. Gosto de Gal Atemporal cantando Djavan: Açaí, Topázio, Azul, Nuvem Negra (outro dia mesmo sugeri a canção num post do FB). Gosto da Gal Fatal, cantando malditos benditos: Vapor Barato, Negro Amor, Como dois e dois, Pérola Negra, Imunização Racional. Gosto da Gal Divinal, cantando Vaca Profana, interpretação definitiva. Gosto da Gal da Festa no Interior, de quem mostra a cara e os peitos no Brasil de Cazuza. Gosto até da Gal que me lembra férias baianas, com sua Chuva de Prata caindo sem parar em todas as estações de rádio da adolescência. Evidentemente, a Gal Plural de Baby, de Dom de Iludir, de Meu Bem meu Mal e de Sua Estupidez é magistral. Me identifico com a Gal Surreal de Não Ident

A poesia do detalhe

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Dias atrás li um post que dizia que as garotas feias na adolescência ficavam bonitas na vida adulta, e aquelas da turma das gatinhas da escola acabavam grávidas adolescentes. Eis uma afirmação nua, crua e terrível capaz de abarcar muitas das minhas vivências e de outras gurias nos antigos ginásio e segundo grau. As que não se encaixavam nos estereótipos, sofriam bullying . As consideradas atraentes, eram vítimas de assédio sexual - inclusive por parte de professores - muito antes de qualquer maturidade física e emocional. Na galera do Scooby-Doo, nunca estive do lado da Daphne. Sempre me identifiquei com a Velma. Acho que foi uma maneira saudável de me preservar daquele ambiente hostil onde as loirinhas de olhos claros e as branquinhas de beleza modelo europeizado eram elevadas ao status de deusas. Hoje, os conceitos estéticos andam bem mais flexíveis, ufa! Ainda não chegamos ao nível ideal, evidentemente. Somos um país mestiço e preto que segue reverenciando um Jesus nórdico, a pele b