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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Sentimentos russos

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A primeira vez que ouvi Legião foi na voz de um paquera chamado Rodrigo, que não se cansava de cantarolar “Por Enquanto”. O LP “Dois” escutei por inteiro na casa do Murilo, meu namorado por três anos, que amava “Andrea Dória”. Aquele som me comoveu tanto! “Acrilic on Canvas”, “Índios”... Virei fã, mas mamãe não me deixou ir ao famoso show catastrófico do estádio (os sextos sentidos maternais).  “Teatro dos Vampiros” me lembra a melhor amiga que tive durante toda a adolescência e calourice na UnB: Dani (que também me mostrou tudo dos Beatles).  “Eu era um Lobisomem Juvenil” me recorda um poeminha rabiscado pelo colega Carlos de Lannoy na disciplina Leitura e Produção de Textos, da faculdade de Comunicação. E “Sereníssima” é uma das minhas preferidas, mas quase ninguém canta. Quando Renato Russo morreu, havia acabado de ser operada para me livrar da miopia. Bernardo Mello entrou no quarto escuro, ressabiado, para me dar a notícia. Resultado: chorei mont

Morfeu não mora mais aqui

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Tenho um fuso horário para chamar de meu: acordar, quase todas as madrugadas, por volta das 3h30. Raras são as vezes que, sem medicação, consigo despertar perto das 6h da manhã. Nunca precisei de despertador, nem na adolescência. Também, nunca fui boêmia. Não sei se justo pelo fato de me constatar pouco afeita aos braços de Morfeu, se porque nunca gostei de beber ou pela junção de ambos. Sou um número quatro do Eneagrama (entendidos entenderão e quem não é, por gentileza, faça uma pesquisa básica na Googleland). Sendo assim, meu pecado de raiz é a inveja. Sim, invejo demais quem dorme como um anjo (olha eu aí falando deles novamente). Dormir bem é celestial! Hoje, que consegui vencer a barreira da insônia livre de soníferos e abri os olhos na aurora, me senti realizada. São pequenas e raras vitórias, porém, são bem-vindas. Passo o dia com uma energia incrível. Imagino se fosse boa de cama. Mataria um leão com as mãos, diariamente. Mas pra quê matar o leão? Ditado infe

Bem-amados

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De onde vem minha fixação com os anjos, não sei. Peraí, acho que sei: quando encontrei um suvenir de anjo da guarda numa lojinha de igreja, grávida do primogênito. De lá para cá, não, peraí, na sala do apê já havia um anjo esculpido em madeira por um artesão de mão cheia lá do Piauí, antes mesmo de pensar em ter filho. Peraí...  A palavra Anjo é derivada do latim, angelus, e do grego, angelos, e significa “mensageiro”. Chamado, nos primórdios da Grécia, de “daimones” eram espécies de espíritos da condição humana, isto é, personificações de vários estados da existência: emoções, ações e moralidade. Os daimones de moralidade foram divididos em Agathoi (o bem, virtude) e KaKoi (o ruim, vícios).  Depois, em algum momento, deve ter rolado uma diáspora canônica e os anjos do mal viraram os demônios e os anjos do bem viraram os anjinhos fofos, de cabelinhos encaracolados e pele alva, bem arianos como são quase todas as representações eurocêntricas da iconografia religiosa o