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Mostrando postagens de novembro, 2017

Thanksgiving

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A rádio 106.7 já começou a cantinela natalina. Christmas songs 24 horas por dia, sete dias da semana. Saindo da aula de pilates, flocos de neve caíam do céu e pousavam como caspas no meu casaco preto.  Estamos no mês da gratidão para os americanos. O Thanksgiving, celebrado nessa quinta, é a mais significativa das celebrações para os EUA. Os sentimentos no meu coração também são gratos. Principalmente a vocês, amigos que me acompanharam durante toda a aventura de viver fora do país com dois filhos e uma cachorra.  Aproveito a vibe da gratitude tomando conta da semana para agradecer o apoio de cada um de vocês. Todas as congratulações pelos resultados brilhantes do Tomás (mãe exibindo filho é meio clichê, mas não pude resistir. Quando ele vir o post vai ficar bravo, pois Tomás é assim: um ser humano avesso aos holofotes). Cada comentário sobre as minhas fotos, cada energia boa que vocês me enviaram pelo zap, cada debate, curtida, amada ou risada foram de grande

Jandyra on my mind

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"Georgia, Georgia, no peace I find. Just an old sweet song keeps Georgia on my mind..." (Hoagy Carmichael) Dindinha não sai do me pensamento nesses dias...  Tudo começou no Dia de todos os Santos, quando a rádio que eu adoro estava veiculando músicas que falassem ou tivessem nome de santos. Daí, eles tocaram Saint Jude, do Florence and The Machine.  Depois, decidi usar o medalhão de São Judas que minha madrinha não tirava do pescoço e eu herdei.  E hoje resolvi reproduzir a farofa de ovos dos churrascos mensais da paróquia São Judas Tadeu, de Brasília.  Dindinha morreu em novembro, não recordo bem o dia, acreditem. Eu prefiro lembrar dela viva, recepcionando os comensais no salão de festa da igreja a cada primeiro domingo do mês.  Saudades desses churrascos que fizeram parte de toda a minha vida...

Declamações

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Passei o dia com saudade desse momento específico de ontem, quando Romulito encontrou a estante de livros antigos na livraria antiga: - Mamãe, olha, só livro de poemas!  Ele me identifica com poesia, me relaciona com ela. Meu coração encharcou de ternura e orgulho. Quantas noites de declamações de ninar...  Hoje, acordei arrependida de não ter declamado nenhum ali, com meu inglês carregado de sotaque, ao lado dele, um poema de antigamente.

Criminosa das lentes

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Meu ex-professor de inglês na Cultura Inglesa, companheiro de peripécias no FB, ator, provocador e dramaturgo Alexandre Ribondi disse que ficava irritado com fotos de paisagens postadas no Facebook sem informação de localização.  Então resolvi contar um pouco desses cliques todos que eu tiro em minhas andanças pelo condado de Westchester, estado de NY. A maior parte deles está nos meus trajetos entre o Westchester Community College e o nosso apê. Podem ser também no caminho das escolas dos meninos em White Plains/NY ou, quem sabe, nas vezes que dirijo até a IBM para deixar Bernardo no trabalho. Mas o que acho relevante compartilhar com vocês é a dificuldade que tenho para registrar essas paisagens idílicas.  Pensam que é simples? De jeito nenhum! As estradinhas do condado não têm acostamento. E você não pode entrar na rua de uma casa, por exemplo, caso contrário é invasão de privacidade (os americanos são bem ciosos de seu espaço privado).  Ainda que exist

In loving memory of banchs

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Cenários de espera Cenários de paquera Meditação Reflexão Cigarro na mão... Os bancos evocam paz de espírito. Contemplam o mundo com solidez e solidão. Sugestivos, esperam Encontros Risos Abraços Sorvetes Pontas dos pés, Pernas e palavras cruzadas. Banco é criança comendo pipoca; é jovem absorto com fones de ouvido; é velho espalhando milho aos pombos. No banco se lê carta, jornal e livro. Banco é objeto abandonado à própria poesia.

Loja de homem

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Aí o garoto que, segundo a amiga Ana Cristina de Aguia r , “sempre nos surpreende”, me faz entrar na loja mais luxuosa de móveis e decorações que eu já fui na vida! Arhaus é o nome dela. - Eu adoro móveis!, afirma Sherlock e adentra o recinto com desenvoltura.  Me senti um cadiquim deslocada, mas a cada momento que uma vendedora simpática vinha nos abordar, a mãe explicava: - This guy said he loves furniture and interior design! As vendedoras ficaram encantadas e começaram a papear com ele, o que me deixou menos tensa dentro de um lugar que não me pertence! Kkk! (ao menos um dos vendedores disse que a minha saia era bonita, ufa! ) E eu com um saquinho de plástico a tiracolo com o resto dos noodles que sobraram do almoço, pensem! Ao sair da loja depois de uma eternidade, Sherlock fecha a questão: - Enfim uma loja de homem nessa rua! Assino embaixo!

Unidos pelo chauvinismo

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Homens latinos, geralmente uns machistas-chauvinistas... Estava na fila do caixa da loja de roupas Uniqlo na Quinta Avenida. À minha frente, uma moçoila; atrás de mim, um pai italiano com seu filho pequeno. A moçoila vestia uma legging justíssima, deixando toda a abundância de sua bunda linda e perfeita em evidência. Claro que era esse o efeito que ela queria imprimir nos demais seres humanos: admiração e torpor.  Olhei para a bunda redonda e lisa da moça quando ela ficou de costas pagando a conta dela. Quem não olharia? A questão não é essa, pois se ela vestiu aquela legging justa era para fazer valer o ditado "o que é bonito é pra se mostrar". O problema é que o pai italiano atrás de mim não se contentou em apenas encarar a bunda da moça, como também passou a instigar o filho pequeno, que deveria ter uns 7,8 anos, a fazer o mesmo. Piadinhas ao pé do ouvido do moleque que nada estava entendendo, pois não tem idade para saber que aquela bunda era uma

Esperando o Outono

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Cadê o outono que não veio? Creio estar muito quente debaixo da linha do Equador, assim com aqui em cima. A exuberância da estação no ano passado parece que não vai se repetir. Que triste! Cadê o Halloween que ainda não veio? Os americanos estão mais tímidos na decoração talvez pelo mesmo motivo: faz calor para o fim de outubro. Os dias ainda estão muito claros. Americanos não gostam de não viver as estações muito bem definidas. Acho que eles perdem o pique. Falando nisso, estava numa ressaca de cansaço terrível. Passei o dia meio escorada pelos cantos, arrumando a casa com desleixo.  Daí, resolvi sair com a Frida para apreciar mais um indiscutível fim de tarde magnífico.  Caminhar e fotografar curam estados sombrios d’alma...

Gun situation

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Os americanos vivem em perene luto pelos recorrentes massacres causados por armas de fogo. Talvez por serem tão frequentes, a sociedade americana não consiga sair do primeiro estágio do pesar, que, segundo a Psicologia, é o da negação.  Eles se recusam a enxergar a relação direta entre os assassinatos em massa e a premissa constitucional que dá direito ao cidadão de portar armas.  A afirmação do presidente dos EUA sobre o ataque de ontem, de que não se trata de uma "gun situation", reflete o pensamento de boa parte da população. Provavelmente, a maioria dos mortos e feridos na igreja da pequena cidade do Texas também compartilhava da mesma forma de pensar: portar armas é um direito individual inviolável! Trump não foi eleito à toa, certo? Me parece óbvio que alguém que comete assassinatos em massa sofre de algum tipo de distúrbio mental ou é um sociopata. Todavia, se esse indivíduo não tivesse acesso quase ilimitado à compra de armas, o estrago soci