Sob as amendoeiras
“deus esteja nessa casa, em formato e coração” (Vital Farias) Já na despedida, ela me disse: “Você tem uma beleza não cotidiana. É uma pessoa boa e foi muito amada por seus pais”. Retruquei num vômito: Fui? Será? Lá vinha o gatilho da menina desprotegida parafusado no inconsciente. Tenho certeza, ela reafirmou. Você não seria essa pessoa que procura as outras se não tivesse recebido amor. De repente pensei que teria de reescrever a “narrativa de abandono”, assim como mudei o N de nada para N de navio; assim como parei de repetir “não conheci meu pai”, para “ meu pai morreu quando eu era um bebê de 11 meses”. Ah, os discursos que nos constituem…