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Mostrando postagens de dezembro, 2008

Ensina-me a viver*

“O mundo do cinema tornou-se um lugar melhor depois de Cantando na chuva”**. A frase não é minha, mas quem dera fosse e, afinal, quem pode discordar? Ainda mais quando 2009 está batendo na porta pedindo licença para entrar. Aliás, quando esta coluna for publicada já estaremos no dia 04 de janeiro. O que eu queria mesmo era escrever um texto do bem, alto astral e carismático nos moldes de Cantando na chuva. Como publicitária de porta de agência acredito em frases feitas e boto fé na primeira impressão é a que fica, no primeiro sutiã a gente não esquece e na química a serviço da vida. Então, estava a fim de trazer um papo legal aos leitores do blog para que todos me amassem assim, logo de cara, e 2009 começasse em paz e transbordante de otimismo. Entretanto, ao contrário do que define a personalidade do meu signo no horóscopo chinês, eu não fujo de briga. Devo ser uma javali fora dos padrões, pelo menos de acordo com o livro que li ao esperar uma garrafinha de água no café da Livrari

Questão de mérito

Com a consciência um tantinho pesada de ter declarado publicamente gastos astronômicos em apenas um dia na crônica do domingo passado, estava conversando com o meu primo por email e ele me disse: “pare de afirmar que você não é uma destas burguesas fúteis porque eu já sei disso”. Sim, ele sabe, mas e os outros milhares de leitores? Posso ter perdidos muitos fãs naquele dia. Na mesma troca de correspondência, o primo brincou com a minha reclamação trabalhista: resumir, durante as férias forenses, em uma única matéria, dez decisões importantes de cada ministro do STJ. “Minha cara, tem que ganhar muito bem para fazer uma chatice destas”, ele arrematou. Sabe, até que não acho chato, mas concordo que o juridiquês é de lascar. Os temas às vezes são muito bons, as questões jurídicas intrigantes, as decisões apaixonadas e até revoltantes. Ou seja, tem um bocado de emoção envolvida, mas precisava ter tanto jargão broxante? Tira todo o clímax da história. E para recuperar a “beleza” e impo

“Vamos bater palmas para a alma do Tom”*

Há umas semanas na vida da gente que são tão musicais...E o melhor de tudo: elas não estão em nenhum cronograma, portanto não podem ser esperadas ou puladas, como aquela consulta do médico que você resolve não ir de última hora. Quando essas semanas musicais acontecem, elas  simplesmente acontecem. A gente só se dá conta a partir do momento em que conta os vários momentos felizes que foram gatilhados por uma canção ao longo de sete dias. Assim aconteceu comigo: começou ao pinçar um cd ao acaso naquele emaranhado de  caixinhas transparentes que você tenta manter em ordem alfabética, de gênero musical, de vozes femininas ou masculinas, mas que não dura muito tempo. De repente, a organização dá espaço ao caos e Elis Regina está do lado da trilha sonora do filme Forrest Gump. A falta de ordem não lhe permite achar aquela música que você quer ouvir agora, mas, por outro lado, lhe propicia o tal “fator-supresa” que tanto faz bem ao cérebro. Você pode fechar os olhos e pegar qualquer um. To