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Mostrando postagens de outubro, 2014

Portas Abertas

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Seção de Expedição dá exemplo de engajamento social e recebe reconhecimento da Vara da Infância e Juventude  Ele é gente que faz... A diferença! Seu nome é Sérgio Murilo e ele chefia a Seção de Expedição da Coordenadoria de Recebimento e Virtualização de Processos Recursais (CVIR). Há 11 anos no STJ, esse contador com pós em gestão empresarial já foi empreendedor, dono do próprio negócio até decidir fazer vários concursos e se tornar servidor do Tribunal da Cidadania.  Entretanto, o espírito indômito parece não ter abandonado a vida de Sérgio, que desde que ingressou no STJ trabalha na Judiciária. Em 2007, foi chamado a assumir um posto na Expedição. Assumiu também um compromisso: acolher servidores assistidos pela Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP). “Estabelecemos essa parceria para receber colegas dependentes químicos, profissionais viciados em álcool ou drogas”, conta.  Exatamente porque já ostentavam um histórico de unidade-solidária, a SGP propôs a Ser

Quem conta um conto aumenta um ponto...

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Meu filho mais velho vai representar o astrônomo do livro O Pequeno Príncipe daqui a pouco na escola e eu não fui convidada. Nesse mundo de flashes, instagram e selfies, fiquei surpresa pela opção discreta do colégio. Mas que deu uma dózinha de não vê-lo em ação, deu. Ainda mais porque O Pequeno Príncipe é um dos meus livros de alma.  Também não deixa de ser uma lição de desapego. Para que registrar tudo, participar de tudo? Os pais de hoje são tão onipresentes, não? Na verdade, as escolas incentivam essa presença full time de mamães e papais, coisa que soa incoerente quando, na teoria, a autonomia das crianças é estimulada.  Já viram o tanto de dever de casa que exige a participação do responsável? Francamente, um saco. Aliás, já viram o tanto de atividades extraclasse que as escolas enviam/promovem ultimamente? Ainda bem que eu cresci numa época em que criança era menos importante, ufa! Ser o centro do universo deve ser muito opressor. Bom de fato é ser moleque de pé

A arte de colecionar o que não está à venda

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“O que a gente não lembra não existe.” (Tomás quase de Aquino) O que você guardaria na caixinha de estimação que fica na mesinha de cabeceira? Primeiro, é preciso ter caixinha de estimação, certo? E se você não tem, não passa no teste básico de felicidade. Porque toda criança interior precisa de cacarecos colecionados para viver.  Acompanho a sanha coletora dos meus filhos: pedrinhas diferentes, gravetos, cacos de vidro, bolinhas coloridas dessas máquinas de padaria... Coisa de gente miúda essa vontade de reter o belo, o intrigante, o precioso.  Aí a gente cresce e faz um limpa na casa e deixa tudo minimalista. Ou mais grave: vira acumulador de roupas, sapatos, vinhos... Objetos de valor por sua grife, essência do vazio. Boçalidades da moda ou outro fetiche qualquer.  Por isso é fundamental voltar para as tralhas infantis, entende? Você precisa ter uma caixinha de miudezas sentimentais belas, intrigantes e preciosas. Escolha uma caixa, pode ser imagin

Fascinação

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“Eu queria morrer sendo eu...” (Elis Regina) Conheci Elis Regina aos nove, dez anos. Foi um encontro casual, porém fulminante. Minha irmã mais velha acabara de entrar no mercado de trabalho e adquirira um aparelho de som desses que hoje são peça de museu. O troço era um troço! Muitos botõezinhos, todo preto e dois gravadores de fita-cassete. Ficava guardado a sete chaves dentro do quarto dela. Eu era proibida de chegar perto daquela maravilha, obviamente.  Mas eu chegava, obviamente. Escondia-me embaixo da cama da minha irmã ciumenta e complicada quando ela saía para trabalhar e ficava presa dentro daquele quarto-santuário só para poder ouvir música. Minha irmã e eu tínhamos um péssimo relacionamento. Vanja nunca se conformou em perder o posto de caçula para uma fedelha tão mais nova do que ela e fazia de tudo para me atazanar, esquecendo-se de que ela tinha 18,19 anos e não três.  E eu, moleca que só, tentava sobreviver ao bullying ignorando qualquer t

Que graça!

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Ela vem, ela passa com seu vestido florido, que graça! Barroca, se expõe ao sol concreto de Niemeyer. Uma longa vastidão de brancos e cinzas marcada por um pontinho azul e vermelho que se move.  Ela vem, ela passa pensando na vida e no torcicolo que se anuncia, que graça! O dia brilha implacável e diante de tamanha insolência, as janelas e portas ao redor lhe fecham a cara. Ao contrário dela que vem e que passa a caminho do mar imaginário e abraça a inclemência solar com volúpia, ar-condicionando seus passos  com suspiros...  Ela vem, ela passa segurando a barra, as ondas e as marolas que lhe arrebentam nos ombros, na face, nos joelhos, que graça! Olha para cima e vê a sinuosa geometria do cosmo. Olha para o lado, mas o torcicolo não deixa. Olha para frente e divisa duas mulheres em conversa animada.  Ela vem, ela passa e de repente a mulher do bate-papo lhe dirige a palavra:  - Sabia que você é muito bonita?!  O pensar incessante cessa com os passos: