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Mostrando postagens de maio, 2021

Cambaleantes

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"Baby, compra o jornal e vem ver o sol... Ele continua a brilhar, apesar de tanta barbaridade"... Perdem as folhas, os cabelos ressecam. Tons ocres, avermelhados, púrpuros horizontes, crepúsculo. Os troncos despelam, craquelê, escamas na pele ressecada, exposta à seca. Áridos ares escavam as narinas, derrotam os galhos mais frágeis. Transcendem o outono em carne-viva, caducam, todavia renascem, primaveris. Caducifólias. Gabião bidim talude platô drenagem contenção arrimo corte estrutura volume terreno cota pavimento testada sombreamento "escambetado" pirambeira desnível terra topografia baldrame concreto face leste sonho... Olhar amendoado emenda as fissuras. Óleo de amêndoas doces edulcora o corpo enquanto lava a alma.

Keep walking and learning

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“You live, you learn You love, you learn You cry, you learn You lose, you learn You bleed, you learn You scream, you learn You grieve, you learn You choke, you learn You laugh, you learn You choose, you learn You pray, you learn You ask, you learn You live, you learn”... (Alanis Morissette) Não sabe a data exata dos primeiros passos. Ninguém registrou em papel ou tirou fotos. Fotos não eram descartáveis como as de hoje: clica 50, deleta 49. Mas sempre gostou mais de andar de bicicleta do que de caminhar. Não sabe se começou a apreciar os próprios passos quando ganhou um concurso de redação e passou sete dias num SPA. Não perdia a caminhada matinal pela estrada de terra que margeava belas fazendas e haras. De volta à vida plebeia, incluiu os passeios a pé na rotina. Mas ainda considerava o processo apenas uma maneira de manter a forma, de se exercitar. Nessa pegada seguiu até se mudar para outro país e conhecer outros povos e outras culturas. Consolidou amizade com uma professora-mentor

Barrigudas

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O tempo tapera entre as tempestades. Aquele cheiro do saco de pão aberto ainda salva as manhãs letárgicas. Luto diuturno de pretos e de pobres, estupor sucessivo. Movimento oposto fazem as barrigudas: prenhes de múltiplos neste outono, escandalizam conservadores com despudorada feminilidade. Alerta para a extinção do homo-dito-sapiens. Chegou a era das árvores.

Mariposa

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bibelô leque berloque abanico camafeu passador broche flabelo efígie ventarola missie alara presilha ornamento: borboleta, mariposa pousa.

Simples assim

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Encontrei esta listinha num caderno quadriculado cheio de equações do cientista e de desenhos de monstros dos meninos. Não me lembrava mais dela, provavelmente escrita quando eles tinham a idade do texto. Se eu fosse um guri de cinco anos, eu desejaria para você: - não ter medo do escuro, mas manter por perto uma lanterna contra os breus mais assustadores; - comer todas as gostosuras e seguir com as costelas aparecendo; - extinguir os monstros que vivem debaixo da cama, dentro dos armários e no fim dos longos corredores; - ganhar presentes em todas as datas comemorativas e até sem nenhuma data especial, só porque você é amado; - conviver com os avós; - ter irmãos de sangue ou de alma, mesmo que eles encham o seu saco pra chuchu; - rir das coisas mais bestas; - receber cafuné e beijinhos desavisados; - descobrir o paraíso no quintal; - explorar a vizinhança na bicicleta; - acabar o picolé antes que ele derreta nas suas mãos; - nascer com unhas autocortáveis; - reproduzir perfeitamente s