Rompe-cabezas*

Sei lá, entende... Minha mente está cheia de assuntos picados. Não sei sobre qual escrevo ou se dou uma pincelada em todos... Há dias em que nada ocorre e há outros em que, ai meu Deus, me socorre! O cérebro vai entrar em curto-circuito!!!

Falando em cérebro, li uma manchete no jornal de hoje que diz: “Menino de 7 anos morre durante brincadeira no recreio”. Portanto, acho legal alertar papais e mamães que leem esse blog para a importância de se fazer uma tomografia quando a criança bate a cabeça.

Mesmo me sentindo a Usina de Fukushima e sabendo que estava expondo meu filho de 3 anos e meio a uma radioatividade provavelmente desnecessária, fiquei aliviada por insistir com o médico, que não queria solicitar o exame de jeito nenhum.

Por isso, não abram mão! Esse garotinho da noticia bateu a cabeça na parede brincando com os coleguinhas da escola. Rômulo bateu a cabeça no “palquinho” (não sei se foi um palco pequeno ou se foi síndrome de Cebolinha e o acidente aconteceu no parquinho).

Quando fui buscá-lo, já estava com um curativo tapando o machucado, não havia informações precisas. O guri que morreu disse que estava “tudo bem”, mas depois de duas horas começou a ter convulsões: havia um coágulo no cérebro. A cirurgia foi feita, mas já era tarde.

Como ter certeza que o Rômulo não havia desmaiado rapidamente? Ou se estaria com dores na cabeça sem reclamar? Visualmente, também estava ‘tudo bem”. Rômulo parecia vivaz como sempre, apesar de o lado direito de seu rostinho apresentar um tétrico tom preto-jabuticaba.

Se o menino do interior de Minas Gerais tivesse sido levado imediatamente para o hospital - e torcendo para que a emergência de fato o atendesse com presteza e celeridade - (tá vendo o que dá trabalhar em tribunal), o problema, quem sabe, tinha sido detectado antes dos episódios convulsivos.

Seguro morreu de velho. Não aceitem os argumentos dos médicos sem questionar. Por não saber o que realmente tinha acontecido com o meu filho, eu insisti no raio X, na tomografia e em outros exames que me garantissem que a integridade da cachola do meu galego estivesse intacta... Cabeça é cabeça, um lugar que é duro pacas, mas que também prega peças terríveis.

Ainda no papo-cabeça, meu primo me conta que Sidney Lumet morreu no último sábado. Diretor de cinema de responsa, assinou filmes com Rede de Intrigas e Um dia de cão. E recentemente o arrepiante: Antes que o diabo saiba que você está morto.

Entretanto, o longa que eu mais gosto dele é um que passou desapercebido de muita gente. Aliás, eu preciso sempre agradecer meu outro primo, o Alessandro Brandão, ator de primeira, por ter me feito assistir a essa pequena joia de delicado arremate: Running on Empty. Ou em Português: O peso de um passado (mas eu prefiro o título em inglês, que casa perfeitamente com a proposta da história).

Lembro que era um filme que gostava de circular pela Sessão da Tarde (ó, deusa formadora de tantos cinéfilos!). Brilhando na tela estava o saudoso-por-ser-talentoso-demais River Phoenix. E essas lembranças todas vão se desfiando, desenrolando e me puxando para o tempo em que eu sonhava em ser atendente de videolocadora. É, não é bolinho não... Cada um saber a dor e a delícia de ser o que é.

No início dos anos 90, a explosão do videocassete. As videolocadoras eram o meu objeto do desejo. Vi tanto filme nessa época que estou no crédito até hoje, quando os filhos, a correria, a TV a cabo dispersiva e agora a reforma me colocam quase à parte da sétima arte.

Mandei diversos currículos para todas as vagas de atendente que me caíam nas mãos. Nada, nunca fui aceita e nunca entendi porquê. Eu era apresentável, estudava Publicidade e Propaganda na UnB, tinha curso de inglês e espanhol, fazia balé... E não realizei o sonho de trabalhar numa locadora de filmes.

Todavia, por pouco não fui frentista de posto de gasolina lá em São Paulo. Ahã, não contavam com a minha astúcia, hein! Mas paro por aqui para não encher demais a cabeça de vocês. Inté a próxima, pessoar!


* Quebra-cabeça em Espanhol. Espanhol... Uma língua tão dramática, literal... Delícia!

Comentários

  1. A Bruna já era grandinha, com 12 anos e foi fazer um passeio já tradicional com a escola, só alunos e professores, num clube. Lá os professores fizeram uma "dinâmica" de cunho "pedagógico" prá mim um tanto bizarra: Vendaram os olhos da Bruna, amarraram suas mãos e pés e pediram que ela andasse! Resultado: ela caiu, claro!.. e bateu forte com a cabeça numa árvore! Ficou tonta, até porque estava vendada quando caiu e atrás da cabeça fez um galo enorme. Na hora claro que perguntaram se ela estava bem, mas será que a continuaram observando? Adolescente também esconde coisas, para não pagar mico ou por não querer ir embora mais cedo, sei lá! Adolescente é cheio de bobeiras, né... Só fiquei sabendo à tardinha quando ela voltou e por ela mesma. Até que na hora encarei normalmente, mas o marido previdente falou que era perigoso não levá-la ao médico, então nove horas da noite estavamos nós na emergência... o médico me tranquilizou, pois não havia nenhum sintoma de nada, mas chapa não bateu. Eu deveria ter ido à escola (que por sinal é uma das melhores e mais caras da cidade) reclamar dessa tal "dinâmica" a que submeteram minha filha, pensei em ir, mas errôneamente fiquei na minha. Você fez bem em tomar todas as providências!

    Mudando de assunto, olha, atendente de videolocadora eu entendo perfeitamente, visto nosso amor à sétima arte... agora, frentista, ainda não captei...rs!

    Falando em amor à sétima arte, "Antes que o diabo saiba que você está morto" já está na lista do meu fimde!

    Beijos,

    Patty

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