Ofereça a outra face

Quem me lê sabe que eu ando fervorosa nessa semana. Citando a Bíblia e tudo o mais. Talvez por ter sido o aniversário da minha madrinha no domingo que passou. E, em homenagem à Dona Jandyra, eu tenha ido à missa dominical. Só não esperava que a celebração estaria lotada de peregrinos e noveneiros em louvor a São José.

Eu pretendia retiro, introspecção e choro silencioso, resgatando na memória o cheiro de Dindinha, a voz de Dindinha preenchendo a grande nave da Igreja São Judas Tadeu. Todavia, encontrei algazarra, meninos vestidos de anjinho, fotos e profusão de palmas.

Minha madrinha não deve ter gostado nadinha daquela confusão na igreja dela, bem no dia do aniversário dela. Minha madrinha era austera, era tradicional, era careta, era solteirona. Já imaginou tudo isso ungido numa só pessoa?:)

Mas a missa de domingo me deixou católica a semana toda. Além do mais, foi bom ter rezado pelo pai afetivo de Jesus, marido de Maria e padroeiro da família, justo nessa hora em que o meu lar está assim, de pernas para o ar, aliás, sem pernas.

E eu tenho uma imagem de São José recolhida em alguma daquelas caixas. Presente de casamento do Evandro, padre que nos casou, pároco da Igreja São José Operário. Achei tudo auspicioso, com jeitinho de poema da Adélia Prado, sempre tão temente a Deus. Conexões telúricas ocorrendo aos borbotões. Sem contar que São José era marcineiro e a gente vai precisar de um dos bons em breve...

Porém, o que eu preciso hoje, agora, nesse minutim, é da oração de todos vocês, assíduos leitores que acompanham esse projeto argamassa!!! É que estou passando por duras provas. O diabo está tentando, querendo que eu me zangue, que eu me estresse, que eu jogue a toalha e diga: "vocês estavam certos! Reforma é uma grande M.!"

Porque o inevitável já começou a acontecer. Aquele clichê do clichê tipo: a sua obra alagar o apartamento do vizinho de baixo? Pois é, aconteceu. Eu juro que por essa eu não esperava. Algo tão óbvio que cri já se tratar de conversa de pescador, coisa de primeiro de abril, lorota da carochinha...

Necas de pitibiribas... Não quero nem ver quando chegar a conta dos estragos no apê reformadinho do Pedro, um camarada gente boa, bom humor geral (pelo menos isso, para aliviar essa barra pesada). Atarantado, o cara apenas comentou: "estava molhando meus livros, minha biblioteca".

É claro que o sinistro havia de ocorrer quando Bernardo, senhor absoluto dos quatro elementos, estivesse de viagem a trabalho. Saio em disparada telefônica atrás do Noé. Não gente, não é sacanagem, o nome do mestre de obras é Noé. Com tanta água saindo pelas lâmpadas do teto do 206, dilúvio estufando o piso flutuante alheio, só uma personagem bíblica dessa envergadura para resolver o problema!

Comentários

  1. Nossa Luzinha, entrei em pânico ao imaginar a cena do seu vizinho batendo na sua porta... (cê ainda tem porta, né? rs)e falando dos livrinhos molhados dele...ai meu Deus! Agora vai ter que reformar o apê do vizinho também? Ele participará das reuniões com os obreiros? Bem, é como você falou né, Noé já tem bastante experiência no currículo... isso aí prá ele é apenas uma gotinha d'água no oceano...

    Beijos

    Patty

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  2. Ai, Lu!!!!!!!!!!!! E eu achando minha semana caótica!! Bem, também foi, mas a sua não fica atrás, nem a do Pedro, e espero que o Noé também tenha tido sua cota de estresse pra resolver o problema!!! :) Caramba, que perrengue! Ommmmmm!!! Nada de jogar a toalha, a função do diabo e da turma dele (nós) é te tentar mesmo! Seja forte, filha do Norte e do Goiás!
    Beijo, amiga! Estamos contigo.

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