Banquete bom pra cachorro
Toda vez que a dindinha estava na fazenda era a mesma coisa: ela acordava cedinho, com o primeiro canto do galo, e já ia para a cozinha. Nunca vi gostar tanto de fazer doces e preparar almoços. Dindinha, oras, é a era minha madrinha, a dona Jandyra, capixaba criada no Rio de Janeiro. Lá do Espírito Santo ela trouxe os temperos da moqueca de peixe, com bastante cheiro. Do Rio, o jeito especial de cozinhar feijão preto com linguiça, paio, costelinha de porco: nossa deliciosa feijoada. Mas, na fazenda, dindinha preferia preparar frangos caipiras assados ou ao molho pardo. Além dos doces, é claro. Num panelão, ela despejava o leite e o açúcar e mexia, mexia, mexia... Tanto tempo dedicado para a mistura ficar cremosa, cheirosa, lisinha. O legítimo doce de leite feito no fogão à lenha. Outro dia, ela preparava o doce de goiaba em pedaços. Doce de mamão verde e de banana também estavam entre as suas especialidades. Quando era criança, gostava de ver minha madrinha em ação. Ela andava pra...