Madurez

"Leia, leia, leia. Leia tudo – bobagem, clássicos, bom e ruim, e veja como são feitos. Assim como um carpinteiro que trabalha como um aprendiz e estuda o mestre. Leia! Você irá absorver. Então escreva. Se for bom, você descobrirá. Se não, jogue pela janela".
(William Faulkner)


Sei que já falei disso por aqui, “mas quais são as palavras que nunca são ditas?”, avisa o trovador solitário.

Para quem tem certa aversão à rotina parece um paradoxo repetir experiências e temas, porém a alma humana é este contraditório presságio entre ser e estar, sumir e ficar, reter-largar…

Existem as comfort foods e também as comfort readings, ora se não. Lya, Lygia, Luciana. A tríade terrível de eles (quem me dera). Retifico: a dupla de ipsilones talentosa.

Sei que a Lya se tornou escritora non grata pelas obviedades de sua coluna na revista Veja. Quem não se vendeu - ao menos um bocadinho - ao sistema que atire a primeira pedra. Ciente estou de que a gaúcha era meio direitona, se arrependeu de eleger B. e pediu desculpas públicas pelo ato patético (também já escrevi sobre o assunto).

Todavia, a Lya escritora de poemas e romances é tão outra. Recorro a ela nos momentos de encontro com o meu eu melancólico e imaginativo; com a criança interior. Isso, Lya é uma injeção direto na veia de uma alma sem sossego: “Eu observo e registro. Eu falo e escrevo. Eu sangro”.

Lygia, a paulista, é mais racional, pragmática, surreal e sombria. Quando quero voltar meu pensamento a uma zona de conforto assombrado, insólito, um tantinho cínico e cético, ela não me decepciona.

A dupla Ly é tiro e queda (às vezes literalmente): levou, morreu (de amor).



Estações


O inverno se despede como o outono.

Que venha a primavera,

festiva, etérea,

renovada em votos de

promissores verões.


Comentários

  1. Muito bom, Lu. Vou compartilhar!

    Ana Cecília Tavares

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  2. Gratíssimo, minha querida amiga! Sou tbm um leitor de tudo e escritor de tudo, qualquer superfície lícita. Legal, pois, criança, pichei a parede de uma vizinha com um caroço de 🥑, fazendo propaganda política. De repente, ela abriu a janela e deu um urro tão grande que até hoje me eleva os batimentos.
    Abração

    Luiz Martins

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  3. Maravilhoso. Adorei!

    Tatiana

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  4. Luciana,
    A questão, é que a consciência da escuridão, pode ser amedrontadora!
    E a literatura deve, então, manter a chama sempre acesa, iluminando o caminho.

    Um beijo.

    Paulo Magno

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