Delírios e Desolações
Delírios e desolações simultâneos
O país na lona
e o coração sangra
cicatriza
sangra
cicatriza
sangra
entre o terror e o abismo.
Um dia o músculo esgarça sem direito à sutura.
“o que mais importa équão bem vocêcaminha pelofogo”.
O gosto pronunciado do conhaque no palato traduz com exatidão a virilidade etílica de Bukowski. A camada de chantilly sobre o chocolate quente representa a volatilidade de suas urgências, a fragilidade de sua solidão.
Era ou não um bruto sentimental? Carnal nos vícios, áspero nas letras, etéreo nas utopias.
Bukowski: bebida no cardápio do sebo. Quantos exemplares haveria ali da bendita poesia visceral do maldito escritor americano? Quantas mulheres pagariam para ter um pouquinho de Bukowski dentro de si?
Henry: intelectual
Chaaaarrrles: lascivo
Bukowski: pornográfico
O obsceno senhor B.
ovo virado
mau olhado
enfado
banzo
mal humorado.
Do país sem lume,
azedume.
Bitcoins,
garimpos,
coaches
criptomoeda decrépita.
Cripta a retumbar
desvarios de grandeza
na mesquinhez.
Farialimers:
czares do atraso
odores putrefatos.
Acordo - todos os dias - com o pé esquerdo.
(ainda bem)
Parabéns Lu. O verso no vento da família da figura.
ResponderExcluirSuas palavras me representam
ResponderExcluirKarol Simões
Tá obscenamente foooda!
ResponderExcluirAna Paula
Eu que nem conhecia Bukowski... Você me apresentou... Gente doida de poesia visceral que gosta de crimes e casas mal-assombradas... Essa é a loucura mais lúcida, talvez. Livre, com certeza. E alma livre é o que importa.
ResponderExcluirCarmem Cecília
Está mesmo desolador!
ResponderExcluirAndré Luiz Alvez
Tá difícil mesmo! Adorei!
ResponderExcluirRenata Assumpção
Lindo, Lu!
ResponderExcluirClarice Veras
Sinto igual
ResponderExcluir"o país na lona
e o coração sangra (...)"
Quase sem remédio
Tá tudo dominado
Na escuridão o feixe de alguma luz
Luiz Inácio
Sangra e sabe-se lá como cicatriza...
ResponderExcluirRe Osório
Entre o terror e o abismo MESMO, amiga! Obrigada pelo envio do blog. Várias leiturinhas para o meu deleite, estou curtindo demais!
ResponderExcluirClau Beck