Cavaleiros (e amazonas) andantes


                                                                                                    "Nunca morri nos dias da minha vida".
                                                                                                                                                (Cervantes)

Dom Quixotes são necessários neste mundo-cāo.

Moinhos de vento são as utopias a nos relembrar a capacidade humana para a perfeição.

Aqueles que batalham pelos sonhos de um planeta melhor merecem nossa reverência, ao menos ela.

Jamais trocemos dos ideais iluminados, dos poetas cotidianos. Ao contrário: unamo-nos a eles, ao menos em teoria, ao menos neste texto.

Enquanto pinto as unhas de rubi imperial, os cavaleiros (e as amazonas) andantes estão protestando em frente ao parlamento, debatendo educação, morrendo pela floresta.

Quem sou eu para julgá-los, desdenhá-los? O oposto: saúdo-os! Eles ficam em carne viva por uma sociedade mais justa. Fenecem de formas abruptas e brutais e parecem (falsa percepção) batalhar em vão. No entanto, está viva a chama de suas lutas.

Não tenho ídolos, mas simpatizo com as causas bonitas e dignas.

Renda básica, escola pública gratuita e de qualidade, aborto legal, bioeconomia para a Amazônia, fim da corrupção, igualdade de gêneros, milicianos na cadeia (não no palácio presidencial), respeito à diversidade das gentes…

Vergonha alheia é ser alienado, fútil.

Salve Suplicy, salve Elza Soares, Cristovam Buarque e o seu xará de sobrenome. Salve Dom (um nome predestinado, com talento para propagar histórias azuis), Bruno, Marina Silva, Betinho, Marielle e tantos outros que não chegam às páginas midiáticas, mas, como formigas incansáveis, transformam o apocalipse diário em aurora futurista.

"O meu repouso é a batalha".

"Mudar o mundo, amigo Sancho, não é nem utopia nem loucura, é justiça".

"A liberdade, Sancho, não é um pedaço de pão".

"mas quem tem coragem de ouvir/amanheceu o pensamento/que vai mudar o mundo com os seus moinhos de vento."
(Dulce Quental e Frejat)

Comentários

  1. Das coisas mais lindas que li nestes dias desleais. Gosto muito do que escreves.

    Cristina Marcondes

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  2. Quem sou eu para escrever, menina linda seus textos me maravilham

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  3. Lindo, Lu. #trabalhodeformiguinha

    Márcia Renault

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  4. Quero viver pra ver um mundo mais justo. Quero estar viva em tempos de mais amor, mais paz, mais comida, mais lucidez. 😘❤️

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  5. Maravilha de texto e certeiras citações

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  6. Ai Luciana! Vc ficou chata! Abraços!

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  7. Gostei do Quixote!

    Ana Cristina Aguiar

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