Chocolate quente
Meu coração me manda ir por um rumo incerto.
Manda-me prosseguir por uma escura estrada.
Vou e me guio apenas pelo olfato.
Manda-me pisar no barro da incerteza
E eu caminho na segurança do empirismo.
Tortura-se quando sigo para o certo.
Aperta-se no peito, doído, ferimento aberto.
Meu coração, esse louco,
Insiste para que eu caminhe no escuro.
Abro as narinas atento...
...Sigo.
Frederico Salvo.
Manda-me prosseguir por uma escura estrada.
Vou e me guio apenas pelo olfato.
Manda-me pisar no barro da incerteza
E eu caminho na segurança do empirismo.
Tortura-se quando sigo para o certo.
Aperta-se no peito, doído, ferimento aberto.
Meu coração, esse louco,
Insiste para que eu caminhe no escuro.
Abro as narinas atento...
...Sigo.
Frederico Salvo.
Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=44661 © Luso-Poemas
Meu coração me manda ir por um rumo incerto.
Manda-me prosseguir por uma escura estrada.
Vou e me guio apenas pelo olfato.
Manda-me pisar no barro da incerteza
E eu caminho na segurança do empirismo.
Tortura-se quando sigo para o certo.
Aperta-se no peito, doído, ferimento aberto.
Meu coração, esse louco,
Insiste para que eu caminhe no escuro.
Abro as narinas atento...
...Sigo.
Frederico Salvo.
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Manda-me prosseguir por uma escura estrada.
Vou e me guio apenas pelo olfato.
Manda-me pisar no barro da incerteza
E eu caminho na segurança do empirismo.
Tortura-se quando sigo para o certo.
Aperta-se no peito, doído, ferimento aberto.
Meu coração, esse louco,
Insiste para que eu caminhe no escuro.
Abro as narinas atento...
...Sigo.
Frederico Salvo.
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Meu coração me manda ir por um rumo incerto.
Manda-me prosseguir por uma escura estrada.
Vou e me guio apenas pelo olfato.
Manda-me pisar no barro da incerteza
E eu caminho na segurança do empirismo.
Tortura-se quando sigo para o certo.
Aperta-se no peito, doído, ferimento aberto.
Meu coração, esse louco,
Insiste para que eu caminhe no escuro.
Abro as narinas atento...
...Sigo.
Frederico Salvo.
Manda-me prosseguir por uma escura estrada.
Vou e me guio apenas pelo olfato.
Manda-me pisar no barro da incerteza
E eu caminho na segurança do empirismo.
Tortura-se quando sigo para o certo.
Aperta-se no peito, doído, ferimento aberto.
Meu coração, esse louco,
Insiste para que eu caminhe no escuro.
Abro as narinas atento...
...Sigo.
Frederico Salvo.
Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=44661 © Luso-Poemas
Manda-me prosseguir por uma escura estrada.
Vou e me guio apenas pelo olfato.
Manda-me pisar no barro da incerteza
E eu caminho na segurança do empirismo.
Tortura-se quando sigo para o certo.
Aperta-se no peito, doído, ferimento aberto.
Meu coração, esse louco,
Insiste para que eu caminhe no escuro.
Abro as narinas atento...
...Sigo.
(Frederico Salvo)
O cheirinho de leite queimado na borda da panela leva a mulher às tardes chuvosas na fazenda. Acendia-se o fogo à lenha e a mãe colocava o leite vindo do curral para ferver.
O calor do fogo aconchegava todos dentro da cozinha escurecida pela fuligem da madeira.
Não demorava muito para aquele manto branco se avolumar como um fantasma a erguer os braços clamando atenção, até que uma concha grande nas mãos de cozinheira experiente acalmava os ânimos da fervura.
A cantilena da chuva pingava do beiral de telhas da olaria Formiga. O fio aquoso criava buracos no terreiro. Água mole em barro duro…
A chuvarada interrompia as travessuras no mato. Restava ver a mãe na lida da cozinha, preparando o café coado que a menina não gostava. Só aprendeu a tomar a bebida quando adulta. Em compensação, salivava com os bolinhos de polvilho frito no tacho de óleo borbulhante, tarefa arriscada. Sai de perto, vai se queimar! A mãe ralhava, mas a filha não arredava o pé.
Mágica misturas de elementos, alquimia. Pega mais lenha lá, não deixe o óleo esfriar. E depois não tinha pra quem quisesse. Quantos se fritasse, quantos eram devorados ainda pelando. Os mais velhos a bebericar café nas xícaras de ágata lascada. À gurizada, leite quente com achocolatado. Esse mesmo que foi feito hoje, no fogão a gás, na cozinha clara numa tarde gris.
Leite de caixinha não é leite de curral, a mãe já se foi e a filha agora repete as falas da mãe. Entretanto, bastou o aroma de borda queimada para espalhar o perfume da infância pelo apartamento.
O calor do fogo aconchegava todos dentro da cozinha escurecida pela fuligem da madeira.
Não demorava muito para aquele manto branco se avolumar como um fantasma a erguer os braços clamando atenção, até que uma concha grande nas mãos de cozinheira experiente acalmava os ânimos da fervura.
A cantilena da chuva pingava do beiral de telhas da olaria Formiga. O fio aquoso criava buracos no terreiro. Água mole em barro duro…
A chuvarada interrompia as travessuras no mato. Restava ver a mãe na lida da cozinha, preparando o café coado que a menina não gostava. Só aprendeu a tomar a bebida quando adulta. Em compensação, salivava com os bolinhos de polvilho frito no tacho de óleo borbulhante, tarefa arriscada. Sai de perto, vai se queimar! A mãe ralhava, mas a filha não arredava o pé.
Mágica misturas de elementos, alquimia. Pega mais lenha lá, não deixe o óleo esfriar. E depois não tinha pra quem quisesse. Quantos se fritasse, quantos eram devorados ainda pelando. Os mais velhos a bebericar café nas xícaras de ágata lascada. À gurizada, leite quente com achocolatado. Esse mesmo que foi feito hoje, no fogão a gás, na cozinha clara numa tarde gris.
Leite de caixinha não é leite de curral, a mãe já se foi e a filha agora repete as falas da mãe. Entretanto, bastou o aroma de borda queimada para espalhar o perfume da infância pelo apartamento.
Que lindo, que lindo, e que saudade... Dona Maria, a mãe, mulher inesquecível, repetindo sempre que o tempo pedia: que chuvarassirisso!
ResponderExcluirAbraços, querida Luciana.
Quem não lembra deste chocolate quente na roça.Ta dando água na boca!!
ExcluirDeliciosa memória olfativa. Leite queimado com canela e açúcar para mim .
ResponderExcluirQue riqueza termos memórias de tempos tão lindos e especiais.
É para poucos.
Amei sua descrição do caminho da água do terreiro e do leite fervendo. Pequenos detalhes que voltam à tona. Criança vê tudo.
Beijo grande,
Karla Liparizzi
Lindo texto. Tivemos infcia parecidas em Goiás.
ResponderExcluirCeci do Espírito Santo
Puro amor.
ResponderExcluirE que vontade de um mato. E que vontade de um bolinho de chuva.
Juliana Cruz
Que poesia linda esse seu texto!
ResponderExcluirCheio de sensibilidade e memórias agradáveis, de intensas e prazerosas sensações (os sentidos indeléveis de uma infância rica de fazenda)...
Marilena Holanda
Que lindo! Poético! A imaginação foi lá na fazenda... sentir o cheiro perfumado dos comes e bebes fabricados na cozinha! Parabéns Lulupisces!
ResponderExcluir
ResponderExcluir"Não demorava muito para aquele manto branco se avolumar como um fantasma a erguer os braços clamando atenção, até que uma concha grande nas mãos de cozinheira experiente acalmava os ânimos da fervura."...
Sensacional!
Muito bacana o texto, e principalmente a volta ao passado maravilhoso da infância!
Texto gostoso, cheiroso e saudoso...
ResponderExcluirCynthia Chayb
Me vi lá no Jerivá... Oh!! Lembranças boas e ruins!! Sua tia Diva era um referencial gigantesco de mãe na minha infância!!!
ResponderExcluirAmbrosina Militão
Veio tudo de uma vez, com esse seu texto, Lú...
ResponderExcluirO fogão à lenha sempre aceso, queimando lenha...
As comidas no fogão à lenha, de sabor imcomparável, a suã de porco com arroz, arroz com gueroba, os doces, as pamonhas, o milho verde refogado, o feijão roxo novo, refogado com banha de porco e torresmo, o requeijão e a geléia de mocotó, entre tantas coisas gostosas, que só mamãe sabia fazer com aquele gosto, cheiro e textura...
Marilena Holanda
Bom dia Lulupisces! Que legais seus textos! Parabéns! Comentei nos 2 últimos.
ResponderExcluirExcelente dia!
Continue na escrivinhação! Aqui todos bem! Obrigada. Que os seus amados estejam bem também!
Ana Cristina
Adoro esses bolinhos de polvilho frito! Fazem-me recordar bastante mesmo a minha infância. E o chocolate quente... Hum... Esse ainda aquece as minhas noites frias!
ResponderExcluirLuciene
Hoje vc me emocionou minha amiga... que delícia de texto! Tenho aproveitado esse tempo para rememorar as lembranças das coisas que por hora nos estamos privando. De tudo o que mais percebo é a falta que faz o simples, cotidiano, que tanto nos passa despercebido... O aroma da borda queimada retratada tão bem no seu texto me fez chorar... de gratidão por reviver momentos esquecidos! Obrigada.
ResponderExcluirSaudade do nosso bom dia caloroso! Espero que esteja bem. Deus te abençoe!
Mônica Torreão
Proust, Madeleines, em busca do tempo perdido, ratatouille... Tudo junto e misturado aí!
ResponderExcluirValdeir Jr.
Maravilha!
ResponderExcluirMateus Cellano
Que lindo! Deu água na boca!
ResponderExcluirFabiana