Sobre nomes e outros insights




E no último dia de 2016, os fogos de artifício coloriram o céu gelado de Boston às 7 pm. Voltamos para o hotel, pedimos uma pizza, compramos umas sodas na vending machine e sentamos à frente da TV (de pijamões) para conferir, enfim, o hilário "Deadpool". Bem que me avisaram que era bom e infame. Morri de rir!

Acho que foi um jeito bacana de receber o novo ano: gargalhando dos roteiros que a vida nos dá!

Sobrenomes. Sobre nomes. Meu nome completo sempre foi um completo desastre nos EUA. Ninguém entende o primeiro e muito menos o segundo. Parece tão fácil, não? Luciana, que tem tudo a ver com Lucy... Mas ninguém entende. Ou me chamam de Luiziena ou de Luiziana ou desistem! KKKK!

Se o first name já é pedir demais para os ianques, imagine o last one! Já passei por micos consideráveis por causa de Assunção. Se eu for soletrar para que os americanos entendam fica A S S, ou seja: ASS! Kkkk! Bundão em English!!!!! Já pensou? Por isso aqui eu sou Luciana Mello. Mello (do Bernardo) todos entendem porque existe um refrigente aqui com esse sobrenome.

Estava conformada em ser reconhecida por variações aberrantes de Luciana, até que tive o insight que deveria ter tido desde a primeira vez em que morei aqui. Foi na aula de canto com a professora-diva Mary Elizabeth. Ela também não sabia como pronunciar meu nome.

De repente, me lembrei de algo simples e eficaz:

- Meu nome é igual ao do tenor Luciano Pavarotti. Luciano/Luciana, pronunciei em italiano.
- Ah, então o seu nome é italiano?
- Sim, mas em Português se pronuncia Lu SS i ana...
- E você prefere que eu lhe chame de que forma?
- A que for mais fácil pra você. Luciana ou Lu SS i ana... Eu gosto em italiano também.
Então, desde a semana passada, explico que meu nome é Luciana (em italiano). E assim as pessoas me entendem e conseguem escrever o nome corretamente.

Eis que hoje eu finalmente consegui fazer a primeira aula de pilates na YMCA. Não é uma aula megapowerpunk, mas gostei da professora, Silvine, uma coroa com tudo em cima, que vim a saber ser argentina, casada com um Luciano. Ou seja: ela foi a primeira pessoa nos EUA a pronunciar meu nome direitinho!:)

As árvores agora descarnadas revelam intimidades. Janelas e portas para um sem fim de possíveis tragédias e comédias. Resta aos agora desnudados, o alívio da neve que, por sua vez, esconderá tudo e todos com o manto do silêncio branco.

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