Cerratenses

 Espécie pioneira e perenifólia capaz de suportar sombreamento mediano. a aroeira salsa é altamente tolerante à seca, resiste às geadas e apresenta boa capacidade de regeneração natural. Floresce de agosto a novembro, e a maturação dos frutos ocorre entre dezembro e janeiro, permanecendo na árvore até março. 

A casa das novas janelas trapezoidais, a vila italiana, a casa infinito.

A casa da progressão geométrica 2, 4, 8 ou 

dos múltiplos de dois ou do teclado matricial (matriarcal) 2x4=8. 

A casa das pitangas, de um a dupla de aroeiras salsas, do pau-brasil e

das arecas.

A casa dos tijolinhos (white brick road),

do ipê também branco,

da luz oblíqua. 

A casa dos papeis de parede “trazidos da Índia” 

e das igualmente falsas, porém bonitas, cerâmicas hidráulicas.

A casa da Nossa Senhora de Fátima e 

do jardim mágico

do castelo da Bela Adormecida.

A casa da escada em caracol, do gazebo realocado.

A casa da profusão de espadas de São Jorge

(muito bem guardada).

A casa do Buda carcomido, mas risonho.

A casa dos sonhos da vovó.

A casa do futuro mirante para as estrelas.

A casa-ágora, 

da torre medieval transmudada em sequência Fibonacci.

A casa do nácar de conchas esculpidas pelo tempo que

tudo reescreve.  

Meu filhos são filhos do Cerrado

raízes profundas, cascas grossas 

aguentam o tranco da mãe barroca

braços-galhos tortuosos, 

brasiliense de vãos e de solidões.

Meus filhos quase homens 

candangos, caules compridos 

autênticos espécimes 

angulosos

da capital moderna,

Quiçá áridos e espinhosos,

florescem 

entre estios e estilos 

ora ipês: bálsamos

ora pequis: distintos.

Ambos carregam traços amargosos

da gueroba.

Travosos cajuzinhos da savana.

De quando em vez podem ser

fedegosos,

mas também resilientes barus.

Libertos instintos dos angicos,

são veneno da mamona

e cura de barbatimão.