Cambaleantes


"Baby, compra o jornal e vem ver o sol...
Ele continua a brilhar, apesar de tanta barbaridade"...




Perdem as folhas,
os cabelos ressecam.
Tons ocres, avermelhados,
púrpuros horizontes,
crepúsculo.
Os troncos despelam,
craquelê, escamas
na pele ressecada,
exposta à seca.
Áridos ares escavam as narinas,
derrotam os galhos mais frágeis.
Transcendem o outono em carne-viva,
caducam, todavia
renascem, primaveris.
Caducifólias.



Gabião
bidim
talude
platô
drenagem
contenção
arrimo
corte
estrutura
volume
terreno
cota
pavimento
testada
sombreamento
"escambetado"
pirambeira
desnível
terra
topografia
baldrame
concreto
face leste
sonho...



Olhar amendoado
emenda as fissuras.
Óleo de amêndoas doces
edulcora o corpo enquanto lava a alma.

Comentários

  1. O primeiro poema é lindo!

    Maria Félix Fontelle

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  2. Que espetáculo!

    Paulo Bigonha

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  3. Sensacional!

    Lilian Alvisi

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  4. É um melhor que o outro, os textos que faz!

    Renata Assunção

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  5. Tudo junto e misturado...um belo passeio nas palavras...e que quando não estamos atentos pode até parecer palavras soltas ao vento, mas é de uma fluidez e conexão perfeita, do início ao fim...que fim?!?!
    Beleza pura!!!!!🙏😍🌺

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  6. Tudo junto...tudo misturado...lindo passeio nas palavras, que para um olhar desavisado parecem não haver ligação...mas tudo compõe em fluidez nesse passeio...belo e belo!!!!

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  7. Palmas!

    Rodrigo Holanda

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  8. Legal essa sua verve poética!

    Marilena Holanda

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  9. Adorei. Vi minha pele ressecada no seu poema.

    Karla Liparizzi

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  10. Fui lendo e pensando em Brasília...

    Fabiana

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