Transitoriedades
O sol escorrega pelas bordas do concreto feito calda caramelizada. Enche de ternura os olhos, aconchega como bolo de mãe. 
Enquanto isso, nuvens-garças debandam pelo céu azul esmaecido. Levam com elas a tarde de outono. 
É bom usar echarpe e mirar os galhos desnudos,  na tentativa de esperta o firmamento. 
Porque eles não desistem. Eles não se abatem com as incertezas do momento espantoso. 
Os homens se adaptam a quase todas as coisas: nômades da Mongólia, tuaregues do Saara, inuits do Pólo-Norte. 
Quase gosto dessa vida suspensa. Há menos ruído externo e mais filosofia. 
Entretanto, existe fome.
Faltam abraços e sorrisos sem disfarces.
Ausências as quais o espírito não se amalgama.

%2018.25.22_f7379d7f.jpg) 
 
%2010.38.30_876d128e.jpg) 
Que belezura de escrita!
ResponderExcluirCynthia Chayb
O que você escreveu é arte.
ResponderExcluirMaurício de Queiroz Carmo