Diário da Maçã – Dia dois

Nada como dormir na horizontal e numa boa cama. Tem gente que dorme até em pé, que inveja! Eu, que desde adolescente recordo não ter um sono fácil, agora, aos 40, não poderia me converter, em passe de mágica, em dorminhoca, não é mesmo?

Colchão do hotel aprovado. Acordamos prontos para o nosso segundo dia em NY. Como era domingo, resolvemos dar um pulo no High Line. O High Line (http://www.thehighline.org/) é o novo queridinho dessa cidade que adora se engajar nas causas política e ecologicamente corretas. É a grande atração do momento: um parque construído numa linha de trem abandonada que, por ser suspensa, tornava a área perto do Meatpacking District um tanto feia.

Eis o descolado High Line Park

Uma pausa para comer o gigantesco morango delicioso

Não vale olhar só para mega gata aí do lado, hein!!

A criançada se esbalda na "aguinha" que corre perene no meio da calçada

Que ideia simples e genial, não?

Mas, como ali a comunidade sabe da sua força, moradores se uniram e foram mantendo o lugar até que nasceu o High Line Park, inaugurado em junho de 2009. O parque abre cedinho, a partir das sete da matina, então logo nos mandamos para lá. Não sem antes passar pelo Chelsea Market (www.chelseamarket.com), que fica bem ao lado do parque e é um passeio imperdível.

Apresentando o Chelsea Market com sua elegância de pedra

A dica é deixar para tomar café da manhã lá nas bakeries (padarias) bacanas do Chelsea. Mas, se não for pelo pão, entre no mercado para conhecer o bom gosto típico dos nova-iorquinos. E também para comprar frutas vermelhas fresquinhas e deliciosas para fazer o seu piquenique lá em cima da linha de trem transformada em jardim. Morangos e as demais berries valem a pena. São baratas e suculentas. Boa pedida para um lanchinho matinal.

As bakeries dão água na boca

Fazendo um reconhecimento geral do mercado

Que termina nessa galeria de obras bacanas

Depois de conhecer o parque que oferece uma vista privilegiada de vários pontos de NY (lembre-se, estamos suspensos), a gente seguiu para a parada gay. Pois é, a Grande Maçã sempre tem algo interessante para apresentar. Nem sabia da parada, mas ela ia acontecer na Quinta Avenida. E não poderíamos perder a chance de conferir, ao vivo, esse marco do calendário local.

A Gay Pride Parade foi bem do jeito que eu imaginei. Um pouco mais comportada do que sua versão paulistana (aqui no Brasil o pessoal escancara até o ponto, às vezes, da vulgaridade). Mas lá tudo era alegre, leve e com a maciça participação das forças policiais de NY. Não há polêmica se bombeiro ou policial deve desfilar uniformizado. Todo mundo becado e orgulhoso de estar ali.

E assim se inicia a Gay Pride Parade

Todos a postos, a festa vai começar!

Surgem os primeiros "desfilantes"

E como o dia em NY parece ter 48 horas, ainda me encontrei com as amigas Agnes e Maria e, enfim, matei a saudade de dez anos e conheci a pequena e graciosa Sofia. Almoçamos juntas no gostosinho e serelepe Le Pain Quotidien (sugestão da Agnes –http://www.lepainquotidien.com/) e passamos o resto da tarde no Central Park, papeando enquanto Sofia se esbaldava num parquinho de areia.

Espaço para exorcizar todos os fantasmas,

Para rezar todos os credos,

Para brincar falando de coisas sérias...

Á noite, nos aventuramos no Greenwich Village para jantar. A área estava inundada de pessoas!!! Acho que a parada gay trouxe muitos americanos para NY. Nunca vi uma turba tão grande naquele ponto da cidade. Comemos uma comida italiana por falta de opção (tudo já estava fechando, o que demonstra que “a cidade que nunca dorme” é uma lenda urbana). Mas não indico.

Um pouco de fuzarca não faz mal a ninguém

Carnavalescar é preciso!

E as corporações se juntam ao desfile

Não comam comida italiana em Manhattan. Nunca é apetitosa e bem feita (sei lá, nunca experimentei os cinco estrelas com cinco cifrões). Arrisque os indianos, os tailandeses, os vietnamitas e os chineses de verdade. Você vai ser amarrar!

Sem medo ou vergonha de mostrar seus distintivos 

Pode vir quente...

que a parada está fervendo!
E infelizmente a bateria da câmera acabou...

Retornamos ao hotel por volta da meia-noite, sem saber ainda que essa hora de ir para cama seria uma constante durante todos os dias muito bem curtidos na Maçã.