Visagens
imóvel ao sol
densa, hígida, estoica
Abriga o fogo em seu núcleo,
alma incendiária
à espreita do tropeço
desatenta presa
que lhe atira longe aos pontapés.
À noite, a pedra se resfria
busca aconchego no atrito
com outras pedras.
Rolam, empilham-se e desmoronam ao vento
na indiferente madrugada.
Resiliente, a pedra aguarda o raiar do dia.
Estática, sonha o momento de voar
parábola
na mão da criança.
O gato estátua mira a janela
Quer ir pra rua ou divisa
auras assombradas
divindade egípcia das visagens
enigma esfinge de verdades?
O felino, olhar irredutível
Quer saltar na rede
audaz trapezista
ou alcançar o pássaro
em voo distraído?
O fato é que o gato
quer ir para lua
pires perfeito
leitosa brancura
Certeza absoluta.
trazendo uma memória infantil:
a menina de nossa senhora
véu de tecido sobre os cabelos,
a importância da personagem a representar.
As sarjetas estão amarelas
Os ipês são amarelos.
Agosto é metade deslumbre florido
metade ressequido.
Em desequilíbrio existencial
apenas eu.
Que lindo!
ResponderExcluirLuci Mendes
Adorei a viagem da pedra!
ResponderExcluirRe Osório
Lindo🙏🌸🥰
ResponderExcluirCynthia
Poemas e fotografias belíssimos!
ResponderExcluirNirlei M. Oliveira
Bonito poema. Amo a pedra!
ResponderExcluirGostei da relação poética das pedras e a vida cotidiana 👏👏👏👏
ResponderExcluirAdriano Shulc
Que lindo, Loo! Adoro poemas sobre pedras... tem um bem bonito que traduzi do norueguês, vou te mandar 🤗😘
ResponderExcluirAna Cristina Aguiar