Meio Adélia, meio Manoel
Roça a roça no peito.
O chão ancestral alcançava os pés dos morros.
O rio passava lá embaixo.
As vacas pastavam lá embaixo
e seguiam o chamado do curral ao fim da tarde.
Havia uma mangueira às margens da varanda. Mal se divisava o rio
umidificando o vale de cerrado bruto.
Dona Maria preta com o lenço alvo na cabeça,
engomado a ferro de carvão.
Na bica, se acocorava para arear as panelas
pretas da lenha do fogão.
Patos e pintinhos amarelos.
O sol e o ipê também eram amarelos.
Jesuíno, o vaqueiro, tinha muitos filhos.
O mais bonito, João Batista, atiçava os pensamentos da menina-moça.
Matava-se porcos com uma estocada
abaixo da pata dianteira esquerda.
O grito atravessava o coração
e o fio de sangue escorria pelo terreiro
sem drama algum.
Existência natural.
Que coisa boa, alimentar nossa mente e nosso coração, com as delícias de uma vida , natural , bela e de pura conexão com a natureza…ajuda e muito amiga , a acariciar os sentimentos ruins que invadem esse momento obscuro em que a humanidade está vivendo, muito grata por nos proporcionar esse carinho através da sua sempre bela escrita🙏💕🌟
ResponderExcluirCynthia
Lindo!
ResponderExcluirRodrigo Holanda
Só de existir e respirar, a natureza já é poesia.
ResponderExcluirAmo seu olhar!
Polly
Que gostoso. Boas imagens. Bons sonhos...😁
ResponderExcluirDante Filho
Lindo o texto Lulu 👌🥰 ,Que memória boa vc lembrar da vó Maria maravilhosa ❤️Graças a ela eu não perdi meu dedo da mão direita o indicador🙏🏼
ResponderExcluirAmei!
ResponderExcluirMaria Félix Fontelle
Ar puro é pura inspiração.
ResponderExcluirValdeir Jr.
Nossa! Como vivenciei tudo isso! Bom demais da conta!
ResponderExcluirKarol Simões
Lu, que delicia o que escreveu. Roça boa demais. Me senti lá dentro🥰🥰🥰
ResponderExcluirAna Cecília Tavares
Lu, lindo demais.
ResponderExcluirLembra tanto um lugar seguro e tranquilo da minha infância.
Eu vi as fotos no insta... lindissimas!! Fiquei lá por horas, indo para este lugar gostoso que até existe fisicamente, mas já não é o mesmo.
Bianca Duqueviz
Lindo demais e um abraço na alma pelo reavivar da grata memória daqueles tempos encantados da Fazenda Salta Pau, na sua forma e cores originais...
ResponderExcluirVó Maria, a Vó Preta, um carinho a parte e indelével em meu coração, ao lembrar da bica d'água e monjolo, das roupas quaradas ao sol, perfumadas e da farofinha de miúdos de frango que ela fazia pra me agradar e me dava às escondidas dos demais irmãos...
Para não causar ciúmes, pois à todos dedicava atenção...
Nossa relação de troca humana era visceral, forte e muitas vezes, tácita...dispensava a formalidade da fala...
A vó verdadeira que ocupou o coração da menina de roça e o encheu de beleza e amor.
Obrigada irmã, por tanta sensibilidade e habilidade, na percepção, escrita e desse olhar igualmente único, para a captação de belas imagens, com as quais nos presenteia com seus maravilhosos textos e poemas!!
Carinhoso e demorado abraço!
Marilena Holanda
Belíssima descrição da vida nossa simples lá na roça e na infância! Doeu meu coração com a morte do porco, mas tudo era feito com respeito e na medida necessária! Respeito a criação porque tbm somos criaturas!!!!
ResponderExcluirUm bjo da sua fã n. 1
Anna Gabis