Trem de pouso
Uma das notícias mais bizarras da pandemia (eleição complicada) foi aquela sobre as pessoas que estavam comprando passagens do nada para lugar nenhum, apenas por saudades de entrar num avião. Como assim? Aos medrosos, despertou gatilhos anestesiados pelo confinamento social. Não pousar? Vagar furando nuvens por horas seguidas com os tremeliques típicos e a zoeira característica das turbinas? Mais vale um gosto do que uma carrada de abóbora, dizia minha goiana mamãe. Para tudo, quero descer! Saudades de viajar, tenho muita, todos os dias. “Ó meu amor não fique triste, saudade existe pra quem sabe ter, minha vida cigana me afastou de você”... Me identifico com Nomadland: a vastidão existencial sem limitações. Meu lance é road trips. Passaria o resto da vida, de boa, sem um pingo de carência do portão de embarque. Todavia o planeta é tão grande e os inventores nunca criam o teletransporte - reitero o protesto - que viajar (de preferência não num Boeing 737 Max) é preciso. E como a vida é ...