O pé de camélia deu dois suspiros e depois morreu. No lugar dele, surgiu, encantada, uma romãzeira. Mistério. Ali na frente da casa, pega o sol da tarde, denso, alaranjado. Clima quente e seco ideal para a fruta de origem iraniana fazer morada. Haveria algum passarinho viajado com a semente no bico? A camélia renascera em outro corpo e com novos propósitos? Enigma. Importante frisar que o pé de romã cresceu sadio e floresce o ano todo. Os frutos rosados pendem quase até o chão, não importa se inverno ou se verão. E, assim, a romãzeira não desejada, bastarda, tornou-se o talismã da casa. Oferta, aos que ali se apresentam, fertilidade e abundância. Guardiãs, conservam a resiliência dos povos áridos. Escritas cuneiformes de três mil anos já rendiam loas às romãs, irmãs do deserto. Anciãs por natureza, detém a cura para males do corpo e da alma. A maçã com sementes, pequeno porta-joias, quando aberto, reluz 613 gemas de granada. Granada, cidade espanhola-moura ladea...