Chá verde com hibiscus
“Penso no paraíso e fico noites em claro.” (Jandira Costa) Com quantas coincidências se tece uma conexão? Se for telúrica, são muitas, expressas e subjacentes. Antes de mais nada, o nome. Nomes são gatilhos para sentimentos de afeição ou de repúdio. Ela se chama Jandira. Imediatamente a estimo, posto vir a ser xará da minha madrinha, que assinava y no lugar do i. Ela passou dos setenta e, como minha sogra, habita a mesma superquadra da Asa Norte há mais de 20 anos. Acordam e sonham em apartamentos de igual metragem. Ambas guardam a cicatriz desconforme da ausência de um dos seios. Ambas são sobreviventes, pilares, matriarcas. À primeira vista, pareceu-me experimentar a oportunidade perdida de encontrar Hilda Hilst. Cada frase que Jandira falava era um verso, uma inteligência, um relâmpago de feminilidade viril. Posso te chamar de Lulu? eu gosto de Lulu. Podia ser Lua também. Eu amo a Lua. Claro que pode, hoje eu assino LuA em vários lugares, pois sou Luciana Assunção. Não é possível! O...