A casa da vovó nunca é longe
Que legal deve ser ter avô, né? Eu me lembro de que eu quase tive um. Ele era o pai da minha mãe, um velhinho bem velhinho mesmo, que andava curvado, devagarzinho. Eu visitava a casa dele nos feriados e nas férias. Ele se chamava José e morava numa cidade com um nome de ave: Inhumas. Sabe onde fica? Perto de Goiânia. Meu vô José era conhecido com “Seu Zequinha” e eu falo que quase tive um avô porque ele foi embora, morreu, quando eu era mais ou menos do seu tamanho, Frederico. Daí que a gente não teve muito tempo para brincar, para rir e para aprontar mil aventuras juntos.
Mas você sabe como é superdemais ter avô porque você tem dois! Dois!! Garoto sortudo, hein!!! E eles nem são bem velhinhos e ainda podem inventar uma porção de brincadeiras divertidas com você. Então, aproveita!! Aproveita e brinca muito com eles, com os dois avôs. Eles são amigos-do-peito de meninos espertos como você. E vão sempre estar no seu coração, mesmo quando você já não for mais um menino.
Em 2005, escrevi a dedicatória acima na primeira página de um livro que dei de presente para o filho de um amigo nosso. Era uma história do Ziraldo sobre um avô. Após a maternidade, pude testemunhar a minha própria mãe se transformar em uma avó maravilhosa. Bem mais feliz, carinhosa, presente e leve do que costumava ser com os próprios filhos. Daí, percebi a importância dos avós na vida dos nossos pimpolhos. Eu dou a maior força para que os meus garotos curtam as duas avós que têm. (Uma pena não terem os avôs também). Avós são tesouros formidáveis e insubstituíveis.
Por isso, quando descobri esse livro, o primeiro que a crítica brasileira ovacionou sobre o tema, decidi presenteá-lo à minha sogra e à minha mãe. Ambas leram e adoraram. Foi difícil encontrar a obra nas livrarias da cidade. Tive de encomendar, mas valeu a pena. Seu nome? “O livro dos Avós – Na casa dos Avós é sempre domingo?”, de Lígia R. Aratangy e Leonardo Posternak.
Provavelmente quem se aventurar a lê-lo (também recomendo para pais e mães) a procura não vai ser simples. Coisa de Brasília, que ainda transita entre o provinciano e o cosmopolita. Outro dia saí de novo à caça dele para presentear os pais da minha melhor amiga e, de novo, a procura: mil telefonemas, visitas às Livrarias Cultura e Fnac e nada. Até que, enfim, consegui encontrar um único exemplar perdido nas prateleiras da Siciliano do Brasília Shopping, o lugar mais improvável.
Mas deixo a dica com vocês, leitores: Não peguem o atalho para a casa da vovó. Não deixem o lobo-mau da agenda lotada privar as diversas gerações da família de encontros constantes. VIDA LONGA E BOA VIDA PARA TODOS! NAMASTÊ!
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Lú,
ResponderExcluirdelicia essa função que vem do coração um presente da maturidade, li sua cronica me deu uma saudade danada, dos meus avós, os doces que a vida me presenteou, dos meus pais que se tornaram avós melhores do que foram como pais e olha que foram muito bons na arte de me criarem e a minha irmã...saudades de um tempo que não volta e esperança do presente que se abre com o doce mais saboroso que a vida me presenteou, meu doce e arteiro Pedro, que na sua simplicidade me brinda de sentimentos bons todos os dias...como é delicioso ser acordada com seus beijos molhados. Obrigada, prima, estava com saudades de seus textos.
Bjcas,
Renata.