Vida campeira
Cavala de flancos intensos, patas rebeldes, sem dono nem domação, rebentando espumas nesse galope, namora mais do que o amor, a sorte. Lya Luft Esse país sempre surpreende. E não apenas quando entrega o jogo das quartas de final para a Holanda. É de arrepiar o ecletismo do Brasil-mosaico. Num momento você pensa que está na Itália, comendo galeto da Colônia. Não o que encontramos aqui em Brasília, mas o verdadeiro, pequenino e tenro franguinho. Asinhas e coxinhas quase garnizés, acompanhadas de polenta suculenta, não esturricada. E de raddichio novinho, colhido na horta do fundo da casa. Cem quilômetros pra frente, já estamos em outra história. O que se vê são os Campos de Cima da Serra da tal Vacaria, que hoje poderia trocar de nome para Sojaria. O gado se foi, mas a tradição de criar cavalos crioulos fincou pé. Não tem monocultura que faça esses animais valentes saírem do coração dos gaúchos. Na minha volta ao mundo brasileiro em cinco dias, nunca imaginei que fosse pernoit...