Platão
Contempla o teu viver que corre, escuta
O teu ouro de dentro. É outro amarelo que te
falo."
(Hilda Hilst)
Do lado fora da caverna havia as borboletas amarelas do Rubem Braga.
Mas antes delas, o céu azul de abril do Drummond, adiantado para março.
Havia uma flor pregada no cabelo da árvore,
pronta para receber Jonathan como Adélia.
Um dente de leão solitário resistia à espera do amor de Mar Beck.
O sol pincelado nas colunas de concreto,
bandeiras estendidas, apátridas. Sem poesia engajado hoje, Maiakóvski!, alertaram.
As cercas, quando existiam, eram vivas e nelas os pássaros, em coro, chamavam Manoel.
Insetos já se organizavam para o leilão de jardim da Cecília, todavia, cotovia, onde se meteu o fantasma de Quintana?
Sem ele não dá pra começar!, reclamaram os tatus bolinhas. E aí se lembraram que Maria Lúcia Alvim tava para as bandas de lá, batendo pasto, espantando os recalcados, na companhia da Fontela, pra cá da fonte adonde a Walker sentava esperando a chuva do caju.
Enquanto Dickinson tinha certeza de que aquela luz de primavera não existia em nenhum outro período do ano, Ana Cristina César pensava em pular a janela para virar adubo e florir no inferno.
Leminski, tresnoitado, confundia felicidade com nervosismo “oxalá estejam limpas as roupas brancas”.
Ainda deram falta de Bishop, de Benedetti e de Torquato, claro.
Bandeira mandou dizer que não vinha de Pasárgada. Cabral, cerebral, não era de folia.
“Que massada reunir essa cambada! Fico besta quando me entendem”, resmungou Hilda, a idealizadora do encontro entre vivos e mortos com gravação em tempo real.
Fantástico!
ResponderExcluirRe Osório
Texto excelente
ResponderExcluirMaria Helena Andrade
Que texto lindo, Lu!
ResponderExcluirHylda Cavalcanti
Que lindo!
ResponderExcluirMaria de Fátima Assunção
Lindo.
ResponderExcluirAnagabi Portosouza
Nossa Lú que máximo, amei❤️ vou salvar esse.😘
ResponderExcluirRenata Assumpção
Uma colcha de lindas referências ♡
ResponderExcluirLindo lindo lindo💞
ResponderExcluirCynthia 🙏😘
Um poema é o espelho de nós mesmos a nos revelar a nossa própria intimidade e as “coisas” da alma!
ResponderExcluirMuito bom 👏👏👏
Adriano Shulc
Que delícia de ecossistema poético! BRAVISSIMA!
ResponderExcluirEsqueci de assinar o comentário “Anônimo” aqui em cima: Beth Ratzers
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