Semillas
O silêncio é branco, a junção de todas as cores ruidosas transformadas em pétalas de uma flor pálida. Quanto maior o estresse hídrico, mais bela é a resiliência das árvores do cerrado. Já a minha, claudica: há dias nos quais acordo como se estivesse no céu (morta). Noutros, estou no paraíso, evoluída, enxergando a manhã com olhos límpidos, fazendo uma rota diferente para o trabalho com o intuito de sentir o vento no rosto e de crer na possibilidade do encontro com imagens significativas a salvar no baú das retinas (fatigadas sim, porém com lampejos de rebeldia infantil). Uma canção no rádio me revolveu as entranhas ancestrais fictícias ou reais, pouco importa. Processos de identificação não são imperativos biológicos. A alma voou até os Andes Mágicos, onde deixei o par de botas verdes. “Yo soy el hijo del altiplano* Descendiente de Manco Cápac Vivo en el cielo, vivo en el lago Donde navega el Sol En tierras profundas como alma de serpiente voy Surcando entre la muerte para llegar alt...