"Navegar é preciso, se não a rotina te cansa"… Inveja tenho dos rotineiros, dos reservados e de quem sabe matemática. Então eu, sempre no papel de navegadora, assumi o comando da embarcação. Tudo em nome de uma viagem. Era encarar ou ficar dez dias de férias presa no pandemônio pandêmico, assistindo à CPI como se fosse trazer algo salutar para a vida. Aprendi a usar o freio motor; reduzir as marchas nos declives abismais da Serra do Mar. Segui sozinha, atenta, sem contemplar, vício adquirido em tantos anos no banco do passageiro. Não anotei os nomes exóticos dos rios ou das cidades. Não fotografei cada árvore incrível, cada paisagem única. Era dirigir ou desistir. Preferi arriscar e tive menos medo do que imaginei. As estradas foram gentis com a marinheira solitária: poucos caminhões, manhã de sol, bem conservadas e bem sinalizadas. Uma salva de palmas para o GPS também, é claro. Ah, se os portugueses conhecessem, de antemão, a exata rota para as Índias... Um pouco antes de m...