Dimensão assombrada
Amanhece
o cobertor de nuvens
ainda esquenta
as encostas.
Garças preguiçosas
mantêm-se à distância
da água fria.
Parte das árvores,
braços desnudos,
clama piedade.
Resoluto,
São Pedro engole o choro até setembro.
Fotografar a ausência
fantasmas sem lençóis
de fato incorpóreos
indistinguíveis.
O vazio do não dito
subentendido
oculto pelas eras do tempo.
Elementos imateriais
indícios
refletem memórias
fragmentadas pelos lapsos da senilidade.
Tomar decisões difíceis
procurar rastros, vestígios
símbolos que não estão mais lá.
O não óbvio entrando em foco.
A natureza cobre, mas não apaga.
Cinza e sangue na seiva das árvores.
A poeira das lembranças
arrastada pela brisa
dimensão assombrada.
Falta.
Qualquer detalhe que se vê no hoje
resguarda vínculo ancestral.
Apelo visceral.
Uma canção resgata
a paixão mais leve que o ar
queimadura de primeiro grau
quase primeiro amor.
Deixou um rastro incandescente
Pericárdio marcado
incólume desejo
persistente.
Amo seus textos! Longos ou curtos, sempre os amo!!
ResponderExcluirAmo também suas fotos, você é também uma excelente fazedora de fotos!!
Sou sua fã, LuA!! 👏👏
Luciene Mesquita
Lindo!!! texto e fotos…adorei a galinha urbanóide, bem Minas😂
ResponderExcluirCynthia 😘
Piyutim iafim = Poemas bonitos!
ResponderExcluirElisabeth Ratz
Uau 🤩
ResponderExcluirAdoooooro!
Karol Simões
Eu amei a história da galinha de estimação!!!
ResponderExcluirBianca Duqueviz
Adorei, fotos lindas, poemas🤩 lindos.
ResponderExcluirRenata Assumpção
Ah, como é bom ler seus pensamentos! 😍
ResponderExcluirBoa tarde Manalú!
ResponderExcluirMuito especial o que escreve!
O que brota de sua sensibilidade multifocal...
Gosto muito, sempre...
Marilena Assunção
Que bela junção, costura fina de linguagens distintas! Ler-ver, pensar-sentir. Há magia na realidade da lembrança, mesmo criada.
ResponderExcluirLindo, Lu. sua poesia tb guarda uma mistura do metafísico com o cotidiano. Gosto muito!
ResponderExcluirRe Osório