Desconstrução a Chico Buarque




Tombou na rua.
Não atrapalhou o tráfego de ninguém além do dela.
Tropeçou no ar com um pacote flácido,
que percorreu uma parábola até o chão.
Voou como uma bêbada sobre o canteiro público
e com um corpo sem controle do seu próprio ato,
beijou o asfalto como se fosse sábado.
Seus olhos embotados de betume e lágrimas.
Agonizou sozinha na via principal na manhã de terça.
Mas foi reerguida por quatro mãos sólidas
Tijolo por tijolo por duas moças mágicas
Soluçou como se fosse náufraga, agradeceu como se fosse pássaro
e retomou o passo tímido como se fosse máquina.
Voltou pra casa como se fosse pródiga.



Comentários

  1. Você vai ficar bem. Feliz dia do amigo. Deus te abençoe.

    ResponderExcluir
  2. Oi Luciana, por quanto tempo vc vai ter que ficar com o braço enfaixado? E justo o esquerdo? Melhoras!!!

    ResponderExcluir
  3. Lu, melhoras! Beijos e um abraço pelo dia do amigo!

    ResponderExcluir
  4. Buscou no Chico Buarque uma ajudinha prá descrever seu tombo... a música ficou tocando na minha cabeça assim que comecei a ler... rs rs rs Top demais! Melhoras! Caio Portela

    ResponderExcluir
  5. Oh Lu! Sinto muito pelo tombo, mas o texto ficou ótimo!!!!!
    Até o seu tombo é poético!

    Um bjo e melhoras!
    Da sua fã n. 1
    Anna Gabis

    ResponderExcluir
  6. Coitada... espero que melhore logo . Continue nas andanças apesar disso.
    Se eu tivesse o número do Chico Buarque, mandava pra ele seu texto.

    Karla Liparizzi

    ResponderExcluir
  7. Francisco é sempre inspirador.
    Tava com medo de você ficar com _"bracinho de tiranossauro"_, igual o Jô Soares. Mas lembrei que o caso dele é no ombro.
    Melhoras pra ti.

    Valdeir Jr.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Ousadia

Presentim de Natal

Horizonte de Eventos