Para todas as outras coisas existe Mastercard
Ele está sentado ao meu lado, mas não está ali. Seus pensamentos focados na conversa com os os amigos no whatsapp... Encaro e admiro o perfil do meu filho. Tão límpido; tão bonito. Ele sente a pressão dos meus olhos sobre ele:
- O que foi, mamãe?
- Tomás, Tomás...
- O quê?
- Você está crescendo. E eu não posso fazer nada além de me conformar...
Vida de pai e mãe: o conflito de preparar o solo para amadurecer uma alma que você quer que permaneça infantil. Não por superproteção, mas por super afeição. Daqui a pouco não poderei mais vê-lo pelado, beliscar seu bumbum ou fazer ataques de beijos no sofá.
Ontem foi ele quem me devolveu a chuva de beijinhos e quase me machuca com sua força, hoje mais perto da potência de um homem feito.
- Ei, assim não vale, você já está ficando muito mais forte do que eu!
Vai dormir e ainda responde “também te amo, mamãe, tenha sonhos coloridos”. Sabe-se lá até que mês. Outro dia, papeava com uma misteriosa garota pelas teclas ágeis.
- Com quem tanto conversa, filho?
Não quis me dizer o nome da menina e se era da sala dele. Pronto: segredos à vista. Lá vamos nós para a turbulência avassaladora da adolescência.
Fez um cartão de Dia dos Pais se desculpando: “sei que estou numa fase muito difícil”. Que bonitinho! Sabe de nada, inocente. A pedreira da juventude é uma subida radical, sem rede de proteção.
Por enquanto, assimilo as penugens do buço; a agudização da rabugice; a germinação da vaidade e o afastamento gradual (associado à exasperação) do irmão mais novo.
Por enquanto, assimilo as penugens do buço; a agudização da rabugice; a germinação da vaidade e o afastamento gradual (associado à exasperação) do irmão mais novo.
Quando vai pedir para ter um quarto só para ele? Vai pedir? Ontem, voltei para casa e ele brincava de batalha de googles no chão. Quando vai romper em definitivo com a infância? Resta-me quedar de butuca. Ora observando, ora cutucando.
Acompanhar da coxia a evolução misteriosa e milagrosa de um ser humano é o privilégio sem preço da maternidade.
Eh prima linda,estamos passando pela mesma fase com apenas 1 mês de diferença de idade dos priminhos.
ResponderExcluirFoi assim comigo.
Fazendo as malas pro acampamento ,e minha filha diz:mamãe é apenas um fim de semana mas preciso de 7 sutiãns,e meu gloss!!!������
Parei....sentei....e fiquei pensando...
Sutiã?!Mas vc é meu bb e ainda não precisa kkkk
#sóquenao bb crescendo !!!!
Socorro!!
Djelaine
Ótimo texto, Luciana!!!
ResponderExcluirÉ bem assim mesmo!!!
Bj,
Regina
Eu adorei a adolescência do leo. Adorei acompanhar todas as mudanças e angústias. Adorei ver ele se distanciando mas ao mesmo tempo se aproximando cada vez mais e mais. Adorei ter as crises de pânico de uma mãe de adolescente. Sabe o que eu acho, que interpretamos essa fase como tenebrosa, quando na verdade ela é doce e sutil, basta a gente ser leve e deixar eles respirarem em paz... sem deixar de estar ali, ao lado. Eu sinto falta do filho adolescente. Mas tô amando o filho adulto. AMANDO!
ResponderExcluirJuliana Cruz
Vi tanto o Digo no texto. Ele está mais na frente e ainda alterna as ausências com esses esmagamentos repentinos de fofura. Às vezes é muito ranzinza, às vezes é cabeça dura e às vezes é de uma meiguice sem tamanho. Já faz a barba, já tem conversas estranhas e já se arrisca nas escolhas. É tudo muito lindo! Posso dizer, Lu, pra você e para mim, que vem muito mais pela frente.
ResponderExcluirCecília Barroso