Uma vida de cisne
Poucas vezes no teatro ou no cinema o ator tem a oportunidade de fazer a interpretação "de uma vida". Os papéis nem sempre deixam. Ou ainda há os que não perceberem que aquela personagem é um presente divino, que lhe cai no colo em forma de roteiro. Mas não foi o que fez Natalie Portman em Cisne Negro. Ela agarrou - literalmente - sua oportunidade e brilhou. Mereceu ganhar o Oscar porque sua Nina já está entre as personagens mais arrebatadoras do cinema. O filme, em si, não tem nada de novo em matéria de tema, edição, montagem, roteiro... Mas a Nina, o que é aquilo, hein? Eu fiquei transtornada com a perfomance da pequena Natalie. Quem ama balé como eu e já dançou nos bailes da vida, sabe que tudo aquilo é 100% verdade. A neurose, a competição, a adrenalina, a exaustão, a ansiedade, as canalhices, a inveja, a anorexia e a bulimia. Fiz dança por oito anos. Nunca fui a primeira bailarina, estava sempre no segundo escalão, mas podia sentir no ar a briga silenciosa e mortal ...