“Quebrou? Osaka conserta!”*
A minha primeira vez foi nos EUA e, depois, nunca mais parei. Pegadinha manjada, mas irresistível. Só que tô falando é da venda de garagem...As “garage sale”, que vemos nas centenas de faixas brancas e amarelas que poluem o visual da cidade. Nessas horas penso por que o brasileiro acha natural nomear as coisas em inglês quando a língua pátria já nos fornece tantas possibilidades... Meu filho Tomás, tadinho, é sempre o Thomas. Mistério... Pois é, acabei fazendo o que considerava um crime inafiançável: também poluí minha cidade, rasgando o passado de militante contra a degradação visual...Teve época em que saíamos, Bernardo e eu, arrancando tudo quanto era faixa que parecia brotar da geração espontânea nos balões, retornos, cruzamentos. Taí, não esperava por isso: encomendar e pagar por duas faixas amarelas de chão para anunciar uma venda de garagem. - Garagem sale, você quer dizer? – perguntou o rapaz da loja de quintal, ou melhor, de subsolo ao anotar o texto que eu estava ditando....