Ritos Finais
Tempo parado no ar Há dias, calor, insônia Oh, noite… (Djavan) Pego o lado esquecido da calçada onde os carros estacionados obstruem a passagem e o mato desgrenhado exala liberdade. Ando comovida com tanta poesia: palavras, letras, imagens. Não lembrava mais o que era chorar à toa, juro. As pedras estão se quebrando, não nos rins ou na vesícula, sem embargo, na carapaça do caranguejo, no exoesqueleto do bernardo eremita. Gosto de silêncio ou de música; podcast é intrusão. Preciso me acostumar com esse falatório que tomou conta do mundo. No fim dos tempos que nos atingiu nas últimas semanas, o paraíso (ar)tificial condicionado nos refugia. Será, por fim e desgosto, o destino da gente, a distopia? Nossa culpa, nossa máxima culpa. Se o cataclisma agora se instala, penso em trocar Brasília por Ushuaia. Haverá ainda algum gelo por lá, para hibernar? Se é a esperança a última que morre, que seja congelada! Não pretendo ...