Ariel
Subverter o processo da escrita me deu branco. Estaquei na primeira frase brotada na tela do celular, depois de pronunciá-la ao microfone do aplicativo speechnotes . A intenção das amigas foi das melhores: me dar a oportunidade de seguir escrevendo sem escrever. Mas revelou que tenho as tais idiossincrasias dos autores, ou seja, um método. Vejam só, justo aquela que se gaba de passar longe da sistemática. Assim, talvez amanhã eu termine o texto de mão única. Sinto-me uma paródia de mim mesma; uma fake destra. Direitistas, não é o caso de pedir perdão, entretanto, ser esquerda me define. Empunho o lápis ou a caneta sem nenhuma ergonomia e esse gesto tortuoso é o estopim para o derramamento de palavras ensanguentadas. Não houve glamour. Não houve glamour (acionar o til no teclado, no momento, é um malabarismo. Seria mais fácil um idioma sem tantos sinais gráficos). Eis a sentença de abertura do travado discurso. Estava num dos parques nacionais mais estupendos do mundo, porém a fratura...