Sentimentos russos
A primeira vez que ouvi Legião foi na voz de um paquera chamado Rodrigo, que não se cansava de cantarolar “Por Enquanto”.
O LP “Dois” escutei por inteiro na casa do Murilo, meu namorado por três anos, que amava “Andrea Dória”. Aquele som me comoveu tanto! “Acrilic on Canvas”, “Índios”... Virei fã, mas mamãe não me deixou ir ao famoso show catastrófico do estádio (os sextos sentidos maternais).
“Teatro dos Vampiros” me lembra a melhor amiga que tive durante toda a adolescência e calourice na UnB: Dani (que também me mostrou tudo dos Beatles).
“Eu era um Lobisomem Juvenil” me recorda um poeminha rabiscado pelo colega Carlos de Lannoy na disciplina Leitura e Produção de Textos, da faculdade de Comunicação.
E “Sereníssima” é uma das minhas preferidas, mas quase ninguém canta.
Quando Renato Russo morreu, havia acabado de ser operada para me livrar da miopia. Bernardo Mello entrou no quarto escuro, ressabiado, para me dar a notícia. Resultado: chorei montes e fiquei com olhos de sapo. A miopia-melancolia nunca mais foi embora...
Hoje, moro no mesmo prédio no qual a família Manfredini viveu na adolescência do Renato. Acho massa pensar que compartilhamos as exatas dimensões do apartamento onde ele começou a compor.
O show dessa noite me fez voltar à idade de Tomás, um pouco mais. Meu filho tem nome de santo. “Quer um nome mais bonito?”
Que legal esse depoimento. As músicas do Renato tb foram trilha sonora de alguns namoros. Mas eu o descobri mesmo já adulta, prestando muita atenção mas letras e aí vi que o cara é gênio, poeta, potência, completo! A exposição sobre ele no CCBB, que reproduziu o quarto dele, diários, anotações, só confirmou sua genialidade. Eu fui ao show. Aquele dia tinha algo no ar. Tudo deu errado. Primeiro que quem.comprou pista não pode descer pra pista, não me.lembro o motivo. Então as pessoas pulavam daquela altura da arquibancada pra pista. No meu grupo eu fui a última. Depois de algumas músicas houve algumas interrupções até o fatídico momento em que ele para de cantar e fala que não volta mais. Teve "porrada", era o termo da época e fomos embora meio perdidos....Mas o Renato é maravilhoso! Me faz chorar no trânsito até hoje quando escuto suas músicas.
ResponderExcluirRe Osório
Lu querida ... vc iria adorar o Renato ... ele foi um cara incrível... e jogava um tarot maravilhoso ... saudades desse tempo , que não foi perdido!
ResponderExcluirJúnia Andrade
Quando eu leio seus textos, instantaneamente vem as imagens do seus relatos na minha cabeça, seu jeito de escrever é maravilhoso e nos prende, faz viajar na história.
ResponderExcluirEm tempo, como é bom levar nossos filhos a conhecer nosso passado, um pouco do que vivemos. Oportunidade ímpar.
Anna Luísa
Lu, concordo com as belas palavras da Anna. Tbm quero ir no lançamento de seu livro!
ResponderExcluirSinara
Legião Urbana foi um ícone na MPB. Verdadeiros poetas da música.
ResponderExcluirEduardo Rodrigues
Uau, você me emocionou com sua paixão, também gosto muito dele, aliás Brasilia era o berço do Rock de uma geração. Não sei se continua, porque não sei se ainda existe rock nesse país.
ResponderExcluirRenata Assumpção
Amoooo! Eu estava no show catastrófico!
ResponderExcluirCynthia
Oi Luciana, belo texto! Bons tempos aqueles...
ResponderExcluirErnani Cataldo Jr.
Parabéns Lu, belo texto também gosto muito das músicas do Renato!
ResponderExcluirAi que legal, Lulu, sempre tu!
ResponderExcluirRosa Carolina
Sereníssima também é uma das minhas favoritas!
ResponderExcluirCristina Marcondes
Que lembranças lindas, Lu! Saudades daqueles tempos! Eu estava lá no show e Por Enquanto está sendo a minha música agora, tirada no violão... Logo que ouvi Legião, me apaixonei!
ResponderExcluirCynthia Chayb
Que texto lindo! Também não fui ao show, que pena!
ResponderExcluirSinara Pedroza