Entradas e Bandeiras
Guerreiros são pessoas
Tão fortes, tão frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito...
(Gonzaguinha)
Revolve-me as válvulas cardíacas a cena. O canal lacrimal é acionado sem autorização.
O guri sem camisa passa por mim na bicicleta. O canteiro de grama verde-novo.
Seu bornal a tiracolo, a felicidade na garupa. Independente e confiante, ele segue em frente.
A fragilidade da infância é poética.
A fragilidade da infância é poética.
Meninos: desde sempre desbravadores. 
Esquivos; caçadores de aventuras, seja em voos-solo ou na garantia da matilha. 
Raro é flagrar meninas nos ermos, solitárias e seguras de si. 
Cultural? Biológico? Patriarcado? 
Não vem ao caso deste relato, sem pretensão de se bater por questões de gênero. 
Válido apenas relembra o menino livre, solto no mundo sobre a bicicleta. 
Onde será que pretendia chegar? 
Acompanho com atenção esses garotos. Tenho dois. Um gosta de ir; o outro, de ficar. 
O que gosta de ir também deambula, explora, desvenda e reconhece os desvãos das trajetórias. 
Mapeia os arredores com olhar aguçado, faro atento. 
Todo moleque é andarilho, ainda que somente no interior de si mesmo. 
Como o que gosta de ficar.
Poucas vezes ele revela por quais trilhas sujou os pés do pensamento.
Poucas vezes ele revela por quais trilhas sujou os pés do pensamento.

%2018.25.22_f7379d7f.jpg) 
 
%2010.38.30_876d128e.jpg) 
Que texto sublime e lindo, fiquei apaixonada!
ResponderExcluirRenata Assumpção
Muito lindo... percepção bem sutil🌷🙏
ResponderExcluirUauuuuuu! Vc se superou!!!!! Se é que é possível, esse texto é mais que poético!!!! Verdadeiramente lindoooo!
ResponderExcluirOs porões de seu trabalho estão expondo uma sensibilidade sua ainda não vista ou experimentada.
ResponderExcluirO texto é ao mesmo tempo belo, leve e denso em suas percepções e sensações. ..
Uma doce poesia, puro encantamento...
Marilena
Legal.
ResponderExcluirMe lembrou a primeira parte da minha infância.
Eu era muito andarilho!!Sem noção!!
Depois, continuei andando. Mas deixando de ser um andarilho.
Um beijo.
Paulo.
Fenomenal, como sempre.
ResponderExcluirAbreijos,
Davide