Deo Gratias!
A luz amarelada do Outono invadia o piso da sala, além do meu coração. A campainha toca, abro a porta. Ele adentra o corredor do apartamento com a serena presença de sempre. Um frescor distante da minha melancolia. O lanche da tarde já está sobre a mesa. Ele se senta e começa a mordiscar o pedaço de bolo, conversando sobre o dia na escola. Me posto à sua frente e observo seu rosto de anjo bem esculpido pelos artistas da genética. Meu filho, seria mesmo meu? É uma dádiva. Um menino pronto, bem acabado em forma e conteúdo. Está tão crescido, pubescência. Entretanto ainda resguarda a infância em algumas atitudes, como pedir ao pai ou a mãe que lhe desejem boa-noite ao pé da cama. Será que teria sido uma criança como ele se tivesse tido uma família a me contemplar com olhos de benevolência? De onde veio a completude desse quase rapaz? Ele gosta de presentear as pessoas, fazer surpresas. Agora mesmo chegam mensagens dos amigos do colégio em Brasília, embevecidos com os...