Dimensão assombrada
Amanhece o cobertor de nuvens ainda esquenta as encostas. Garças preguiçosas mantêm-se à distância da água fria. Parte das árvores, braços desnudos, clama piedade. Resoluto, São Pedro engole o choro até setembro. Fotografar a ausência fantasmas sem lençóis de fato incorpóreos indistinguíveis. O vazio do não dito subentendido oculto pelas eras do tempo. Elementos imateriais indícios refletem memórias fragmentadas pelos lapsos da senilidade. Tomar decisões difíceis procurar rastros, vestígios símbolos que não estão mais lá. O não óbvio entrando em foco. A natureza cobre, mas não apaga. Cinza e sangue na seiva das árvores. A poeira das lembranças arrastada pela brisa dimensão assombrada. Falta. Qualquer detalhe que se vê no hoje resguarda vínculo ancestral. Apelo visceral. Uma canção resgata a paixão mais leve que o ar queimadura de primeiro grau quase primeiro amor. Deixou um ...