Caudalosa
Desci na estação Uruguaiana, centrão do Rio. Ao subir pelas escadas o céu estava entre o azul e o cinza. O formigueiro humano me atingiu como um ataque coordenado. Estaria evidente que era brasiliense burguesa no meio do Saara? Deixei para lá, me fundi. Comecei a olhar todos aqueles sobrados decadentes e arruinados lindos e desejei uma revitalização imediata daquele coração da cidade alquebrado pelo descaso. São Sebastião do Rio de Janeiro seria ainda mais inesquecível se lhe respeitassem como uma anciã detentora dos saberes ancestrais da etnia Brasil. Olhei para o lado e no fim do beco havia uma fachada barroca monumental. Não resisto ao apelo das igrejas. Elas estão nos meus poros, no meu subconsciente infantil desprotegido. Que nave! São Francisco de Paula. Rococó exuberante de 1865, inaugurado pelos imperadores Dom Pedro e Teresa Cristina. Caminhei mais um pouco pelas ruas de pedra e lá estava o Real Gabinete Português de Leitura,...