Entradas e Bandeiras
Guerreiros são pessoas Tão fortes, tão frágeis Guerreiros são meninos No fundo do peito... (Gonzaguinha) Revolve-me as válvulas cardíacas a cena. O canal lacrimal é acionado sem autorização. O guri sem camisa passa por mim na bicicleta. O canteiro de grama verde-novo. Seu bornal a tiracolo, a felicidade na garupa. Independente e confiante, ele segue em frente. A fragilidade da infância é poética. Meninos: desde sempre desbravadores. Esquivos; caçadores de aventuras, seja em voos-solo ou na garantia da matilha. Raro é flagrar meninas nos ermos, solitárias e seguras de si. Cultural? Biológico? Patriarcado? Não vem ao caso deste relato, sem pretensão de se bater por questões de gênero. Válido apenas relembra o menino livre, solto no mundo sobre a bicicleta. Onde será que pretendia chegar? Acompanho com atenção esses garotos. Tenho dois. Um gosta de ir; o outro, de ficar....