Marruá de corpo e alma
Até onde eu sabia, Minas Gerais era o meu estado de espírito. Os escritores mineiros me guiando pelas mãos. Guimarães Rosa, Drummond e Adélia Prado: faróis. Quintana entrou no páreo, mas as montanhas de Minas jamais saíram do primeiro lugar em meu coração viageiro. Todas as férias ziguezagueando pelas curvas sensuais de Minas são melhores do que o serpenteio anterior. E então chegou Manoel e suas argilas de Mato Grosso do Sul. Os poemas, antes da região, me fizeram adentrar por aquela vivência no oco do mundo. Recordo que meu marido pensou, há muitos anos, em concorrer a uma vaga de professor de Física na Universidade Federal de Mato Grosso e eu lhe disse: vá, mas não me chame! A ideia de viver a mais de dois mil quilômetros do mar me deixava transtornada. Hoje penso que sou mais de montanha que de mar. Sou mais de terra batida que de ondas. Continuo amando os oceanos porque jamais vou entendê-los ou me sentir à vontade dentro deles. Resp...