Parábola verde e amarela
Os críticos severos da Copa dizem que ela não deixará nenhum legado. Prefiro ser um pouco mais otimista – e olha que esse exercício de Pollyanna é difícil para uma zangada como eu – e acreditar que deixa, sim. Esse legado já está bem diante dos nossos olhos. E se traduz nas flechas lançadas pelos primeiros habitantes dessa terra abençoada, porém descrente. Assistir aos índios retomando seu território, ainda que de forma simbólica, é ver o povo brasileiro tomando consciência de si mesmo. Demorou, estamos atrasados há pelo menos uns 100 anos, mas a fagulha de nação acertou em cheio o coração. Depois de 2013, depois da Copa, nunca mais seremos fragmentados como outrora. Assim espero. O legado da Copa é o pessimismo que assola a população, acompanhado da rebeldia jamais experimentada por um povo culturalmente procrastinador. Esse cair em si de nossa condição patética. De que ainda somos inúteis (a canção do Ultraje a Rigor nunca foi tão atual). Porque na déc...